“A gente tem a convicção, é caso de cinema, caso de Netflix. Ele utilizou da habilidade de médico que ele tem para matar ela.” A conclusão é do delegado Rafael Pereira, do Departamento de homicídios do RS, responsável pela investigação da morte de Patrícia Rosa dos Santos.
O principal suspeito é o médico André Lorscheitter Baptista, de 50 anos. A polícia acredita que ele tenha envenenado a esposa com remédios em um sorvete e, depois, aplicado medicação restrita desviada do SUS.
No local onde estava o corpo, a polícia encontrou um pote de sorvete, já foi submetido a perícia. Além da imagem que mostra um comprimido no líquido, o laudo aponta a presença de Zolpidem, medicamento controlado utilizado para induzir o sono profundo.
Remédio no sorvete
O delegado Rafael Pereira, diz não ter dúvidas sobre o planejamento do crime. “A principal hipótese é de que ele colocou zolpidem no sorvete. Ele induziu ela ao sono profundo e se aproveitou disso para injetar midazolam e sustrate nos pés da esposa”, explicou.
As medicações injetadas nos pés também são de uso restrito. Segundo o delegado, André desviou os medicamentos da Samu e fez a aplicação nos pés de Patrícia de forma planejada. “Ele injetou nos pés já que, provavelmente, que se ele injetasse no braço, não conseguiria o atestado de morte natural”.
Quando a polícia chegou ao local, por um pedido da família que desconfiou, André já tinha um atestado de óbito feito por outro médico, com infarto como causa da morte. “Ele desviou a medicação para matar ela. Ele é médico da emergência do Samu, queria utilizar disso para forjar um infarto e conseguiu isso porque tinha um atestado. Até o carro da funerária já estava lá quando a equipe da polícia chegou”, disse o delegado.
Patrícia Rosa dos Santos, tinha 41 anos, e trabalhava como enfermeira. Ela tinha um filho de 2 anos com o médico André.