O parlamento israelense aprovou na segunda-feira (28) uma lei que proíbe a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) de atuar em Israel.
Segundo o analista sênior de Internacional da CNN Américo Martins, a decisão, considerada radical por especialistas, tem gerado preocupações sobre o impacto na ajuda humanitária aos palestinos, especialmente na Faixa de Gaza.
A UNRWA, estabelecida em 1949, é responsável por fornecer assistência vital aos refugiados palestinos em várias áreas, incluindo Gaza, Cisjordânia, Líbano e Jordânia.
Para Américo, a agência desempenha um papel crucial na prestação de serviços essenciais, como educação, saúde e ajuda humanitária, atendendo a mais de dois milhões de palestinos somente em Gaza.
Implicações da proibição
A lei aprovada não apenas impede o funcionamento da agência em território israelense, mas também proíbe as autoridades israelenses de se comunicarem com a agência.
Essa medida pode comprometer significativamente a capacidade da UNRWA de operar nos territórios palestinos, uma vez que grande parte de seu trabalho depende do acesso através de Israel, avalia Américo.
O governo israelense já expressou descontentamento com a organização outras vezes, acusando-a de favorecer os palestinos além de questões humanitárias.
Recentemente, Israel alegou que alguns funcionários da agência tinham ligações com o Hamas, levando a UNRWA a conduzir uma investigação interna e demitir nove funcionários.
Repercussão internacional
A decisão de Israel tem enfrentado críticas de seus aliados internacionais. Governos da União Europeia, Reino Unido e Estados Unidos já manifestaram preocupação com a medida e pediram ao governo israelense que reconsidere sua posição.
Segundo Américo, há temores de que a proibição possa agravar ainda mais a situação humanitária na região, especialmente na Faixa de Gaza, que já enfrenta uma crise devido aos recentes conflitos.
Se implementada, a lei pode ter consequências devastadoras para os refugiados palestinos que dependem fortemente da UNRWA para sua sobrevivência.
A ausência da agência deixaria um vácuo significativo na prestação de serviços essenciais, que dificilmente poderia ser preenchido por outras organizações não-governamentais ou agências menores, como sugerido por Israel.
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