A Polícia Federal cumpre, na manhã desta quinta-feira (17), 19 mandados de prisão e 21 de busca e apreensão contra uma organização criminosa responsável por praticar diversos roubos de cargas, homicídios, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro em vários estados do país.
Por meio de empresas de fachada, e sob uso de identidades falsas, laranjas eram utilizados para movimentar centenas de milhões de reais e ocultar os ganhos obtidos com os crimes. Ao todo, cerca de R$ 382 milhões ligados aos integrantes do grupo foram confiscados pela polícia.
Os mandados estão sendo cumpridos no estados de São Paulo, Minas Gerais, Sergipe, Bahia, Pernambuco e Alagoas, todos expedidos pela 6ª Vara Criminal da Comarca de Campinas, no interior de SP. Segundo a PF, o grupo mantinha atividades criminosas principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste do Brasil.
De acordo com as autoridades, as investigações tiveram início ainda em 2022 após agentes recebem uma denúncia de que um líder de uma organização criminosa estaria residindo num condomínio de luxo na cidade de Campinas.
O suspeito já era investigado por crimes violentos cometidos no Nordeste, em 2013, e por ser mandante de um homicídio praticado em fevereiro de 2022 em Ribeirão Preto, também no interior paulista.
Além disso, o homem é acusado de atuar no roubo de cargas em rodovias brasileiras, especialmente contra cargas de produtos agrícolas que posteriormente eram comercializados em Minas Gerais.
Após descoberto inúmeras identidades falsas dele e constantes trocas de endereço, o líder criminoso foi identificado e localizado. O suspeito foi preso em flagrante enquanto dirigia uma picape. Na ocasião, ele estava armado com uma pistola e 18 munições, além de uma identidade falsa.
Na casa do investigado outras identidades falsas foram encontradas. Um cartão de banco, em um nome falso utilizado por um outro integrante da organização, um jammer (bloqueador de sinal de comunicação utilizado geralmente por criminosos que roubam veículos, cargas e instituições financeiras), um notebook e diversos aparelhos celulares, fora documentos e outros veículos, também foram apreendidos pelos agentes no local.
A ação desta quinta (17) foi batizada como Operação Ladinos, em referência à capacidade dos investigados em desenvolver e manejar o grande esquema para ocultação dos lucros provenientes das práticas criminosas.
Todos os integrantes do esquema responderão pelos crimes de integração a organização criminosa e ocultação de capitais, cujas penas somadas podem chegar a 28 anos de prisão, fora os outros crimes praticados individualmente, entre eles os de homicídio.
*Sob supervisão de Carolina Figueiredo