A declaração final de líderes do G20 defende uma solução de dois Estados para o conflito Israel-Palestina e defende um cessar-fogo na Faixa de Gaza, mas ignora completamente a existência de reféns ainda mantidos pelo grupo extremista Hamas.
A guerra em Gaza, especificamente, é objeto de um único parágrafo da declaração final. Outros trechos falam sobre conflitos de uma forma geral, reiterando “posições nacionais” e resoluções adotadas no âmbito das Nações Unidas.
Essa foi a primeira vez em que a reunião de líderes de G20 abordou o assunto. O comunicado anterior, divulgado ao fim da cúpula de Nova Délhi (Índia) em setembro, saiu um mês antes dos ataques em Israel que deram início à guerra.
Existe apenas um curto parágrafo em que os líderes afirmam condenar o terrorismo “em todas as suas formas e manifestações”, sem referência aos reféns mantidos pelo Hamas.
O trecho sobre o Oriente Médio começa expressando “profunda preocupação” com a situação humanitária em Gaza e com a escalada do conflito no Líbano. Enfatiza a “necessidade urgente” de expandir o fluxo de assistência humanitária e a “proteção de civis”.
“Nós destacamos o sofrimento humano e os impactos negativos da guerra. Afirmando que o direito palestino à autodeterminação, reiteramos o inabalável compromisso com a visão da solução de dois Estados em que Israel e o Estado Palestino convivam lado a lado em paz, dentro de fronteiras reconhecidas e seguras, [de forma] consistente com a legislação internacional e resoluções adotadas da ONU”, afirmam os líderes do G20.
E completam: “Nós estamos unidos em apoio a um cessar-fogo abrangente em Gaza, em linha com a Resolução nº 2735 do Conselho de Segurança da ONU, e no Líbano, que permita aos cidadãos voltar com segurança para suas casas nos dois lados da Linha Azul [demarcação das fronteiras com Israel]”.
Não há menção à permanência de israelenses ou cidadãos de outros países sequestrados pelo Hamas. O grupo extremista ainda mantém cerca de 100 pessoas em cativo, segundo o governo israelense, sem que se saiba se estão vivas ou mortas.
Elas foram capturadas no dia 7 de outubro de 2023, quando ataques terroristas do Hamas deixaram quase 1.200 mortos.
Leia a íntegra da declaração: