O chefe do Hezbollah, Naim Qassem, disse nesta quarta-feira (6) que apenas os acontecimentos no campo de batalha, e não movimentos políticos, dariam fim às hostilidades entre o grupo armado libanês e o Exército israelense.
Em um discurso televisionado pré-gravado, Qassem afirmou que somente haveria um caminho para negociações indiretas através do Estado libanês se Israel interrompesse seus ataques ao Líbano.
“Nós, como resistência no Hezbollah, temos apenas uma opção, que é impedir que a ocupação cumpra seus objetivos”, destacou.
Qassem reforçou que o grupo continuará lutando e não queria criar esperanças em soluções políticas para o conflito, dizendo que uma vitória de Kamala Harris ou Donald Trump na eleição dos EUA não faria diferença para o grupo libanês.
“Mesmo agora, não construímos (esperanças) nas eleições americanas, seja (Kamala) Harris bem-sucedida ou (Donald) Trump bem-sucedido, isso não tem valor para nós”, afirmou.
Trump venceu a eleição, segundo projeção da CNN, e tomará posse em janeiro de 2025.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º de outubro marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos.
Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques.
O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense.
A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense no dia 16 de outubro, na cidade de Rafah.
O que acontece com as ações judiciais contra Trump, agora eleito?