A relação entre Brasil e Venezuela tem sido marcada por altos e baixos, refletindo mais as posições dos governos do que uma política de Estado consistente. Essa é a análise do especialista em assuntos internacionais Américo Martins, que destaca a complexidade das relações diplomáticas entre os dois países.
Segundo Martins, a chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao poder trouxe uma mudança significativa na postura do Brasil em relação à Venezuela. Enquanto o governo anterior de Jair Bolsonaro (PL) havia rompido relações e reconhecido Juan Guaidó como presidente legítimo, Lula adotou uma abordagem mais conciliatória, chegando a receber Nicolás Maduro no Palácio do Planalto.
Para Américo, a relação entre Brasil e Venezuela sempre foi mais pautada pela afinidade ideológica dos governantes do que uma relação diplomática.
Tensões recentes e limites diplomáticos
No entanto, recentes provocações por parte do regime venezuelano têm colocado essa relação à prova. Martins destaca um incidente envolvendo a polícia bolivariana da Venezuela, classificando-o como uma ‘provocação de baixíssimo nível’ e “agressiva”. O analista sugere que tais ações provavelmente contam com a autorização do próprio Maduro.
“O Brasil faz muito bem neste momento em não responder essas provocações, mas como eu também já disse, existe um limite”, alerta Martins. Ele enfatiza que, se a Venezuela ultrapassar certos limites, o Brasil poderá ser forçado a reagir de maneira contundente.
Interesses do regime venezuelano
O especialista argumenta que o regime de Maduro tem interesse em manter a ilusão de “inimigos externos” para facilitar sua governança autoritária. Tradicionalmente, os Estados Unidos e países europeus eram apresentados como antagonistas, mas agora o Brasil parece estar sendo colocado nessa posição de rival dentro da América do Sul.
Martins ressalta a importância de uma relação estável entre os dois países, citando a presença de refugiados venezuelanos no Brasil e as fortes ligações comerciais, especialmente nos estados do norte, como Roraima. No entanto, ele reconhece que uma normalização das relações depende da existência de “governos também estáveis e normais”, algo que não se aplica à Venezuela atual, descrita por ele como um “regime completamente autoritário”.
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