Em duas décadas, o acesso à internet teve um salto no Brasil: apenas 13% das residências em áreas urbanas do país tinham acesso à rede em 2005, um contraste em relação à proporção registrada em 2024, de 85%. Significa dizer que a cada oito domicílios, sete tem acesso à internet.
O dado foi revelado pela pesquisa TIC Domicílios, lançada nesta quinta-feira (31), que completa 20 anos. Os levantamentos são feitos pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br).
Meio urbano
Em 2005, 24% dos habitantes de áreas urbanas eram usuários da rede, em 2024, a porcentagem alcançou 86%, indicando que 141 milhões de pessoas se conectaram ao ambiente digital nos três meses anteriores ao estudo.
“A forma como as pessoas acessam a Internet também se transformou marcadamente: em 2008, usuários se conectavam à rede mais em lan houses ou ‘Internet cafés’ do que em seus domicílios, e esse acesso era feito por meio de um computador. Atualmente, quase todos se conectam de seus domicílios e a partir de um smartphone”, analisa Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br|NIC.br.
Desigualdades
Apesar dos avanços identificados pela série histórica da pesquisa, ainda há desigualdades marcantes. A Internet, por exemplo, está presente em 100% dos domicílios de classe A, mas em 68% dos lares das classes D e E.
Nas áreas urbanas, 85% das residências estão conectadas, enquanto nas rurais, a proporção é de 74%.
A pesquisa revela, ainda, desigualdade em relação à qualidade desse acesso. Segundo indicador de conectividade significativa criado pelo Cetic.br – que inclui fatores como custo e velocidade da conexão, presença de banda larga fixa nos domicílios e acesso por múltiplos dispositivos, entre outros –, apenas 22% dos indivíduos com 10 anos ou mais no Brasil têm condições satisfatórias de conectividade.