A bandeira da Venezuela é composta por três listras horizontais, nas cores amarela, azul e vermelha, respectivamente. Na faixa central azul estão oito estrelas de cinco pontas que formam um arco, sete delas representam as províncias do país que assinaram o Ato de Independência: Barcelona, Barinas, Caracas, Cumaná, Margarita, Mérida e Trujilo. Foram elas que se rebelaram contra o controle espanhol em 1811.
Em março de 2006, o então presidente Hugo Chávez decretou a inclusão de mais uma estrela no arco, em homenagem à Simón Bolívar, um dos líderes da independência do país e também à Província de Guayana.
Foi adotada oficialmente pela primeira vez como bandeira nacional em 1811, durante a Confederação Americana da Venezuela, sendo modificada pelos governos seguintes até chegar à versão atual.
Os valores do movimento revolucionário de independência inspiraram a origem da bandeira, que continua a ser um símbolo da luta pela independência e pela soberania venezuelana.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela, a intenção do país era se tornar independente e unificar toda a América Latina, isso foi expresso na escolha das três cores da bandeira que representam o desejo de uma unidade-totalidade. Por isso, o uso de três cores primárias, pois é a partir delas que se derivam todas as outras cores e nuances.
Algumas versões da história também descrevem as cores como amarelo representando as riquezas e terras férteis do país, azul o mar do caribe que banha a costa venezuelana e o vermelha representa o sangue derramado nos combates pela independência.
Bandeira Presidencial
Existe outra versão usada pela Presidência e Forças Armadas exatamente igual à bandeira oficial, mas que possui o brasão do país no canto superior esquerdo. Nele está o escudo de armas da Venezuela, dividido em três partes com as mesmas cores da bandeira, cada uma delas possui um elemento com uma simbologia.
Amarelo – Uma espada, uma lança, um arco e uma flecha em uma aljava, um facão e duas bandeiras nacionais entrelaçadas por uma coroa de louros, juntos representam o triunfo
Azul – Um cavalo branco indomado, emblema de independência e liberdade
Vermelho – Ramos de trigo que simboliza a união e a riqueza do país
O brasão também possui flores e frutos típicos venezuelanos em meio a duas cornucópias (símbolo grego de abundância), além de ramos de oliveira e palmeira nas laterais que expressam paz e virtude.
Entenda a crise diplomática entre Brasil e Venezuela
A Venezuela convocou seu embaixador no Brasil, Manuel Vadell, para consultas e, ao mesmo tempo, convocou o encarregado de negócios brasileiro em Caracas por “declarações intervencionistas” do governo brasileiro, segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores venezuelano.
O governo brasileiro não comentou oficialmente de imediato a decisão da Venezuela.
O anúncio do ministério venezuelano é o capítulo mais recente de um impasse entre os dois países que cresce desde que o governo Lula passou a insistir ao governo do presidente Nicolás Maduro que mostre os registros eleitorais que sustentariam a vitória na eleição presidencial de 28 de julho, declarada pelas autoridades do país.
Maduro também tem se queixado do veto imposto pelo Brasil à entrada da Venezuela como país associado ao grupo dos Brics durante a cúpula mais recente, realizada na semana passada em Kazan, na Rússia.
O presidente Lula determinou pessoalmente que o Itamaraty bloqueasse a entrada da Venezuela nos Brics durante a cúpula dos líderes do bloco, realizada na semana passada em Kazan, na Rússia.
A CNN apurou que Lula ficou tão irritado com a posição de Maduro que não quer nem mais ouvir falar do líder venezuelano e das fraudes nas eleições.
Jorge Rodríguez, presidente do Parlamento venezuelano, dominado pelo partido governista, disse em comunicado que irá propor que a Assembleia Nacional declare Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, persona non grata.
Amorim “tem se dedicado de maneira impertinente a emitir juízos de valor sobre processos que só correspondem aos venezuelanos e venezuelanas e às suas instituições democráticas, o que constitui uma agressão constante que mina as relações políticas e diplomáticas entre os Estados”, acrescenta o comunicado do Ministério das Relações Exteriores venezuelano.
As declarações de Celso Amorim
Chefe da assessoria especial da Presidência da República, Celso Amorim disse que autoridades venezuelanas estão “acusando injustamente” o Brasil por barrar a adesão do país vizinho aos Brics — grupo com liderança brasileira com Rússia, China, Índia e África do Sul.
Em audiência na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, Amorim disse que a decisão do bloco não foi ideológica. Ele citou que o Brasil acredita que, para ingressar no grupo, é preciso ser um país com influência e que possa ajudar a representar a região.
Relações bilaterais
Pelo menos 600 mil venezuelanos migraram para o Brasil nos últimos anos, enquanto o comércio bilateral foi de cerca de 1,7 bilhão de dólares em 2022, com exportações brasileiras de 1,3 bilhão de dólares e exportações venezuelanas de 400 milhões de dólares, segundo dados das autoridades brasileiras.
Desde agosto, o Brasil mantém a custódia da residência do embaixador argentino em Caracas após a expulsão de seus diplomatas pelo governo Maduro. Seis colaboradores da líder da oposição María Corina Machado permanecem refugiados naquela residência argentina desde março.