Chega ao segundo dia a audiência de instrução do pediatra Fernando Cunha Lima, acusado de estuprar crianças em seu consultório em João Pessoa, na Paraíba. O procedimento começou na terça-feira (29), na 4ª Vara Criminal da capital.
O juiz José Guedes Cavalcanti Neto conduz as sessões, que acontecem de forma híbrida, com partes presenciais e online. O julgamento do pediatra começa na próxima terça-feira (5).
Ontem, foram ouvidas duas vítimas, uma menina de 9 anos e outra de 14 anos, além de sete testemunhas de acusação. A audiência foi interrompida e teve sequência nesta quarta-feira (30).
À CNN, o advogado de defesa, Lucas Mendes Ferreira, informou que, nesta quarta, estão sendo ouvidas as testemunhas de defesa. “Ao final, será o interrogatório do Sr. Fernando, que acompanhou todas as oitivas”, explicou o advogado.
O acusado participa de forma online devido a problemas de saúde.
O médico responde a acusações de estupro envolvendo seis crianças, embora o processo atual examine apenas quatro casos – duas das vítimas não vão prestar depoimento, pois ainda não têm plena consciência do ocorrido.
Pedido de prisão
Na terça-feira (29), o Tribunal de Justiça da Paraíba adiou o julgamento de um recurso do Ministério Público que solicitava a prisão preventiva de Fernando Cunha Lima.
Na última semana, pela quarta vez, a Justiça negou o pedido de prisão do pediatra, acusado de abusar de crianças. A decisão da 4ª Vara Criminal, publicada na quarta-feira (23), veio após alegações de que o médico estaria tentando intimidar as vítimas por meio de ligações e contatos nas redes sociais.
O advogado Bruno Girão, que representa as vítimas, denunciou que Fernando fez “ameaças veladas”, incluindo chamadas para a mãe de uma das crianças.
A defesa do médico, por sua vez, argumentou que as ligações foram acidentais. O juiz José Guedes justificou sua decisão de não conceder a prisão preventiva, afirmando que as chamadas não demonstraram claramente uma intenção de ameaçar.
Ele impôs, no entanto, uma medida cautelar que proíbe Fernando de entrar em contato com as vítimas ou seus familiares por qualquer meio.
De acordo com o Tribunal de Justiça da Paraíba, o processo está correndo em segredo de justiça.