Dois médicos utilizaram as redes sociais e divulgaram afirmações sobre o câncer de mama consideradas como falsas, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). As falas foram publicadas pelo médico Lucas Silva Ferreira Mattos, que acumula apenas no Instagram mais de 1,2 milhão de seguidores e pela ginecologista e mastologista doutora Lana Almeida.
“Ah, eu to com nódulo da mama benigno. Eu to com cisto na mama. Vamos acompanhar. Acompanhar o que se o médico não tá fazendo nada para resolver? Ficar fazendo mamografia? Uma mamografia gera uma radiação para a mama equivalente a 200 raio-x, se aumenta a incidência de câncer de mama, por excesso de mamografia. Eu tenho sempre certeza que o seu nódulo benigno na mama é deficiência de outro de iodo.”, afirmou Lucas Ferreira. Veja o vídeo:
Já na publicação feita por Lana Almeida, ela pede para que os internautas “esqueçam o outubro rosa” e faz diversas afirmações impróprias acerca do câncer de mama.
“Por isso venho falar para vocês que câncer de mama não existe então, esqueçam o outubro rosa, esqueçam mamografia, a mamografia vai causar inflamações nas mamas. Por que eu falo que câncer de mama não existe? Porque simplesmente o que existe é uma inflamação crônica nas mamas que pode ser inflamação da tireoide, do rim, do fígado, em qualquer lugar é cálcio nas mamas”, declara ela. Veja o vídeo:
Após a repercussão das afirmações, diversas entidades da medicina se manifestaram sobre o caso.
Em nota, o Instituto Nacional de Câncer ressaltou que “se posiciona terminantemente contra a desinformação divulgada em rede social acerca do câncer de mama, e que classifica tal conteúdo como fake news.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo informou em nota que investiga o caso em questão e que “as investigações tramitam sob sigilo determinado por lei”.
Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia destacou que “observa com grande preocupação o crescente número de notícias falsas a respeito do tratamento e da prevenção do câncer de mama.”
Sobre os médicos investigados
Lucas Silva Ferreira Mattos possui registros nos estados de São Paulo e Minas Gerais, mas aparece sem especialidade registrada no site do Conselho Federal de Medicina (CFM). Nas redes sociais ele acumula mais de 1,2 milhões de seguidores e compartilha dúvidas relacionadas à medicina.
Lana Almeida aparece inscrita no conselho do Pará e não possui nenhuma especialidade médica registrada.
Em nota, o Sindicato dos Médicos do Pará (SINDMEPA) reafirmou que o “câncer de mama é uma condição de saúde séria e amplamente reconhecida, responsável por um número significativo de mortes entre mulheres”.
E destacou que se comprometem em promover e disseminar informações corretas para garantir que a população tenha acesso a orientações médicas seguras e responsáveis.
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