Um homem que estava em surto psicótico e partiu para cima de policiais militares com uma marreta foi baleado e morto na zona sul de São Paulo. O caso ocorreu no último domingo (13) e a situação foi flagrada pela câmera corporal do agente que efetuou os disparos.
As imagens mostram o momento em que o homem corre em direção ao policial com uma marreta na mão. O agente reage disparando contra ele.
Veja o vídeo (imagens fortes):
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a vítima chegou a ser socorrida a um hospital, mas não resistiu e morreu.
O caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial e resistência no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e é investigado por meio de Inquérito Policial Militar.
Segundo as imagens da câmera corporal do agente, a ocorrência foi por volta das 10h de domingo.
Primeiro, o policial cumprimenta o homem que está com a marreta. Ele ignora e segue em direção ao agente, que pediu a ele que se afastasse.
O indivíduo não obedece a ordem e continua indo em direção ao policial. O agente dá alguns passos para trás e atira duas vezes contra o homem, que cai no chão sem se mover.
Em seguida, o agente que efetuou os disparos comunica a ocorrência ao Centro de Operações da Polícia Militar de São Paulo (Copom).
Instantes depois, vizinhos que escutaram o barulho dos tiros saem de suas casas para verificar o que aconteceu. Uma mulher chora. Ao ver a comoção dos moradores, o policial alega: “A gente veio aqui fazer o nosso serviço, mas, infelizmente, a gente não sai de casa para sofrer agressão. Dá uma martelada na cabeça, a gente pode morrer.”
“A gente não queria fazer isso. Vocês viram. A gente não quer fazer. É a última escolha”, acrescentou.
O que diz a Ouvidoria
Por meio de nota, a Ouvidoria da PM classificou a cena como “triste” e afirmou se tratar de uma “enfática confirmação de uma doutrina de segurança pública que trabalha com a orientação da letalidade”.
“Se fosse adotado um procedimento não-letal neste caso, como, por exemplo o uso de tonfa ou mesmo taser, o resultado seria claramente outro. É preciso garantir a segurança dos agentes, mas nunca ao preço de vidas que poderiam ser poupadas”, diz a nota.
* Sob supervisão