O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (9) uma proibição para que o ex-presidente do Equador Rafael Correa e o ex-vice-presidente Jorge Glas entrem no país, com o argumento de que ambos estiveram envolvidos em “corrupção significativa” quando ocuparam seus cargos.
O Departamento de Estado disse em um comunicado que Correa e Glas foram classificados como inelegíveis para entrar nos EUA por considerar que “abusaram de suas posições” ao aceitar subornos, incluindo contribuições políticas, em troca de benefícios em contratos de obras públicas.
“Esta classificação reafirma nosso compromisso no combate à corrupção global, incluindo os mais altos níveis de governo”, acrescentou o comunicado.
Correa foi presidente do Equador entre 2007 e 2017. Depois de concluir seu mandato, estabeleceu residência na Bélgica. O ex-chefe de Estado enfrenta uma condenação de oito anos de prisão e um pedido de extradição pelo crime de suborno derivado do caso “Subornos 2012-2016”, apesar de negar ter violado a lei e afirmar que as acusações contra ele são uma perseguição política.
O ex-presidente publicou no X mensagens nas quais rejeitou a decisão dos Estados Unidos de proibir sua entrada no país. “Meteram até minha família! É uma injustiça!”, disse.
Glas está preso no Equador. Em abril, a polícia o retirou da embaixada do México em Quito — onde ele tinha recebido asilo político —, um fato pelo qual o governo mexicano rompeu relações com o país sul-americano. As autoridades equatorianas afirmam que Glas é culpado de corrupção e que deve enfrentar a justiça. O ex-funcionário, que foi vice-presidente nos mandatos de Correa e de Lenín Moreno, afirma ser um perseguido político.
A CNN entrou em contato com a defesa de Glas para pedir comentários e aguarda resposta.
O Departamento de Estado também incluiu na proibição de entrar no país a esposa de Correa, duas filhas e um filho. Também a esposa e um filho de Glas.
O embaixador dos Estados Unidos no Equador, Art Brown, afirmou em sua conta no X que “Correa e Glas abusaram de suas posições como presidente e vice-presidente do Equador aceitando propinas” e acrescentou: “Esta medida tomada pelo governo dos Estados Unidos deixa claro que ninguém, independente da sua hierarquia, está isento do cumprimento da lei”.
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