O Hamas deve libertar 33 reféns durante a primeira fase de um potencial acordo de cessar-fogo que está sendo finalizado em Doha, de acordo com duas autoridades israelenses.
Israel acredita que a maioria dos 33 reféns está viva, segundo uma fonte, mas os corpos dos mortos provavelmente também serão entregues durante o cessar-fogo inicial de 42 dias.
O Hamas e seus aliados ainda mantêm 94 reféns feitos em Israel em 7 de outubro de 2023, dos quais pelo menos 34 estão mortos, de acordo com o governo israelense.
A autoridade israelense disse que as partes parecem estar quase fechando um acordo e que Israel está preparado para implementá-lo imediatamente assim que ele for assinado.
Um diplomata próximo às negociações afirmou à CNN que uma rodada de negociações está programada para ocorrer em Doha nesta terça-feira (14) para finalizar quaisquer questões pendentes.
As forças israelenses manteriam uma presença ao longo do Corredor da Filadélfia — uma estreita faixa de terra ao longo da fronteira entre o Egito e Gaza — durante a primeira fase do acordo, conforme informaram as autoridades. A presença de tropas israelenses ao longo do Corredor contribuiu anteriormente para derrubar um possível acordo em setembro durante a última rodada de negociações.
Israel também manteria uma zona desmilitarizada dentro de Gaza ao longo da fronteira com Israel, acrescentou o oficial, sem especificar quão ampla essa zona seria — outro assunto de divergência durante as negociações.
Os moradores do norte de Gaza teriam permissão para retornar livremente ao norte da Faixa, mas um oficial israelense alegou que haveria “segurança”, sem especificações, em vigor.
Prisioneiros palestinos considerados responsáveis por matar israelenses não seriam soltos para a Cisjordânia, disse o oficial, mas sim para a Faixa de Gaza ou para o exterior após acordos com países estrangeiros.
A CNN entrou em contato com o Hamas para comentários.
Um alto funcionário israelense disse a repórteres nesta segunda-feira (13) que um “avanço” nas negociações ocorreu no domingo (12) durante a reunião do diretor da agência de inteligência israelense Mossad, David Barnea, com os mediadores em Doha, no Catar.
“Há conversas sobre um acordo em um futuro próximo — é impossível dizer se é uma questão de horas ou dias”, destacou.
O oficial destacou que Israel está preparado para implementar rapidamente a trégua, mas que primeiro o documento deve passar pelo Gabinete de Segurança e pelo governo.
As negociações para chegar à segunda fase de um acordo de cessar-fogo – que visa encerrar a guerra – começariam no 16º dia da implementação da proposta.
“Estamos mais perto do que nunca de um acordo, mas os mediadores em Doha ainda aguardam respostas oficiais de ambos os lados”, compartilhou uma autoridade árabe.
Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.
Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
A população israelense faz protestos constantes contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.
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