O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul adiou a sessão de abertura do julgamento de impeachment do presidente afastado, Yoon Suk Yeol, em poucos minutos nesta terça-feira (14), depois que o líder não compareceu ao tribunal.
Um advogado que aconselha Yoon informou que o presidente, que está em uma vila na encosta de uma colina em Seul há semanas, não compareceria, alegando que uma tentativa das autoridades de detê-lo impediu Yoon de expressar sua posição no julgamento.
A próxima sessão de julgamento está marcada para quinta-feira (16) e se Yoon também não comparecer, os procedimentos do julgamento prosseguirão com sua equipe jurídica representando-o, afirmou o juiz chefe interino, Moon Hyung-bae.
Fora do tribunal, um dos advogados do presidente afastado, Yoon Kab-keun, declarou que o ele decidiria se iria ao tribunal pessoalmente na quinta-feira após discussões sobre sua estratégia de defesa.
O Tribunal Constitucional deve decidir dentro de 180 dias se remove Yoon do cargo ou restaura seus poderes presidenciais.
Ele também enfrenta uma investigação criminal por suposta insurreição, com autoridades buscando executar um mandado de prisão após ignorar intimações para comparecer para interrogatório.
“Um mandado legítimo deve existir, e… deve ser legalmente apresentado e executado”, o que não significa “pular cercas ou danificar propriedades sem apresentar um mandado”, expressou o advogado, repetindo que o atual mandado de prisão era inválido.
A declaração de lei marcial de Yoon em 3 de dezembro, retirada após cerca de seis horas, mergulhou uma das democracias mais vibrantes da Ásia em um período de turbulência política sem precedentes.
O chefe de gabinete do chefe de Estado afastado, Chung Jin-suk, declarou nesta terça-feira (14) que o escritório de Yoon pode consultar as autoridades investigadoras para evitar um conflito durante a execução do mandado de prisão contra ele.
O líder poderia ir a um terceiro local fora de sua residência, ou uma visita à sua casa poderia ser organizada para que as autoridades investigadoras pudessem interrogar Yoon, falou Jin-suk.
Autoridades investigativas, incluindo o Escritório de Investigação de Corrupção para Oficiais de Alto Nível (CIO) e a polícia, receberam um mandado de prisão reemitido de um tribunal sul-coreano após a primeira tentativa de deter o sul-coreano para interrogatório ter falhado devido a um impasse com oficiais de segurança presidencial no início deste mês.
O CIO, a polícia e o Serviço de Segurança Presidencial (PSS) se reuniram neta terça-feira (14) para discutir a execução do último mandado de prisão, relataram oficiais em um comunicado.
Na reunião, a polícia e o CIO pediram cooperação ao PSS para executar o mandado de forma pacífica e segura, e estavam aguardando uma resposta.
O Ministério da Defesa contou que as forças militares encarregadas da segurança presidencial não seriam mobilizadas em relação à execução do mandado de Yoon.
Em meio ao caos político da Coreia do Sul, a Coreia do Norte lançou vários mísseis balísticos de curto alcance nesta terça-feira, coincidindo com uma visita a Seul do Ministro das Relações Exteriores japonês, Takeshi Iwaya, e menos de uma semana antes do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, tomar posse.
Os legisladores sul-coreanos, após serem informados pelo Serviço Nacional de Inteligência, pontuaran na segunda-feira (13) que os recentes testes de armas do Norte visavam, em parte, “exibir seus ativos de dissuasão dos EUA e chamar a atenção de Trump”.