O cavalo Caramelo, resgatado após passar dias ilhado em cima de um telhado durante as enchentes no Rio Grande do Sul em maio deste ano, foi adotado oficialmente pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), na última sexta-feira (6).
“Agora é o oficial! termo de adoção assinado. Vou poder viver solto na Ulbra! Obrigada por todo cuidado até aqui, bom saber que seguirei contando com vocês”, diz a publicação realizada no perfil criado para o cavalo nas redes sociais.
Após o resgate, Caramelo, que é considerado um símbolo de resistência do estado, permaneceu sob guarda temporária da Ulbra, já que foi abandonado pelo tutor e apresentava sinais de maus-tratos.
A transferência do animal para a universidade, na última semana, foi confirmada por meio de um termo de adoção responsável de equino, assinado pela secretária do Bem-Estar Animal de Canoas (RS), Fabiane Tomazi Borba, e pelo presidente da Aelbra, empresa mantenedora da Ulbra, Carlos Melke, e pelo vice-presidente, Antônio Romanoski.
Além disso, a Universidade afirma que projeta a construção de um santuário para o animal. Atualmente, Caramelo é mantido na fazenda-escola da Ulbra, ao lado de outros animais de grande porte.
Relembre o resgate do cavalo Caramelo
O animal, que ficou cerca de quatro dias ilhado em cima do telhado de uma casa na cidade de Canoas (RS), foi resgatado no início de maio, durante o auge das chuvas no Rio Grande do Sul. O resgate foi realizado por uma equipe que anestesiou o cavalo ainda no telhado.
Após o resgate, Caramelo foi transportado até o Hospital Veterinário da Ulbra pela cavalaria da Brigada Militar com lesões na pele e nos músculos. O cavalo tem cerca de oito anos de idade.
Desnutrição e maus-tratos
Quando chegou à Ulbra, após o resgate, o cavalo foi atendido pela equipe de veterinários da universidade. O animal apresentava desidratação leve, exaustão física devido ao jejum prolongado e pequenas lesões na pele, além de um estado significativo de desnutrição.
A universidade ressalta que o animal apresentava um desenvolvimento corporal inadequado para sua idade, o que indicou que o cavalo sofria de desnutrição severa há um longo período de tempo, antes mesmo da enchente.
“Além dos sinais físicos de maus-tratos, o cavalo foi encontrado abandonado à própria sorte e não foi resgatado pelo seu tutor, demonstrando negligência grave. Diante da evidência clara de maus-tratos, é de extrema importância ressaltar que animais que apresentam tais sinais não devem ser devolvidos aos seus tutores originais. É fundamental que os responsáveis por tais atos sejam devidamente responsabilizados criminalmente, conforme as leis vigentes de proteção aos animais”, relatou o veterinário Jean Soares.
Atração em feria agropecuária
Em agosto deste ano, o cavalo participou de um desfile durante uma feira agropecuária em Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre.
Caramelo foi ao evento acompanhado pelo aluno Éder da Silveira de Souza, 34 anos, que cursa Veterinária na Ulbra.
Para Éder, conduzir o cavalo no desfile foi uma “honra”. “Ele é o cavalo que se tornou o símbolo de bravura e resistência do nosso estado. Hoje tive uma experiência incrível”, ressaltou o aluno, à época do evento.
Veja imagens do animal:
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Cavalos e recolhidos por agentes da EPTC durante o periodo de enchente em Porto Alegre e encaminhados ao abrigo da EPTC localizado na Zona Sul da cidade. • Reprodução: EPTC/ PMPA
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Cavalo morto em área alagada em Canoas (RS) • 14/05/2024REUTERS/Adriano Machado
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Cavalo Caramelo sendo resgatado do telhado na quinta-feira (09) • Reprodução/ CBMSP
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Cavalo foi retirado do telhado em que estava ilhado nesta quinta-feira (9) • Cedida/TV Record
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Pessoas usam cavalo para atravessar rua alagada em Eldorado do Sul, no Rio de Grande do Sul • 20/11/2023REUTERS/Diego Vara
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Cavalo Caramelo ganha microchip para identificação no RS • Ulbra
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Eduardo Leite e o cavalo Caramelo • Joel Vargas/Ascom GVG