A operação realizada no Complexo da Maré resultou no fechamento de vias, unidades de saúde e escolas da região, na manhã desta segunda-feira (9).
A nova fase da Operação Torniquete busca prender integrantes do Comando Vermelho, envolvidos no roubo de veículos e cargas. Até o momento, duas pessoas morreram e quatro suspeitos foram presos.
Na área da educação, ao todo 44 escolas fecharam ou foram impactadas de alguma forma pela ação policial de hoje. A Secretaria Municipal informou que 42 unidades foram afetadas na Maré, enquanto a Secretaria de Estado afirmou que duas escolas foram fechadas.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que quatro clínicas interromperam o funcionamento nesta manhã: Augusto Boal, Adib Jatene, Jeremias Moraes da Silva e o Centro Municipal de Saúde Vila do João anunciaram o protocolo de acesso mais seguro.
A operação também resultou na interdição de trechos das vias mais importantes do Rio de Janeiro. A Linha Amarela teve trechos interditados, em ambos sentidos, para a ação policial e devido a um carro em chamas na rodovia. A via foi totalmente liberada às 9h25.
A Linha Vermelha foi impactada com interdições intermitentes e também com um veículo que estava pegando fogo. Após a atuação dos bombeiros e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio), a via foi liberada.
Devido às interrupções nas duas linhas, o trânsito na Avenida Brasil ficou congestionado em um dos sentidos. As informações são do Centro de Operações Rio (COR). Veja abaixo.
Entenda a operação
O objetivo desta fase da operação é prender integrantes do Comando Vermelho, responsável pelo tráfico de drogas e roubo de veículos e cargas no Complexo da Maré.
A polícia aponta que traficantes líderes da facção, Rodrigo da Silva Caetano, vulgo “Motoboy” e Jorge Luís Moura Barbosa, vulgo “Alvarenga”, são responsáveis por arquitetar e gerenciar uma quadrilha de roubos de veículos e de cargas na região.
O esquema resultava no financiamento de uma “caixinha” do Comando Vermelho, que viabiliza a compra de armamento, munição e o pagamento de uma “mesada” aos parentes de presos faccionados, assim como das lideranças da facção.
Os membros da organização criminosa recebiam ordens da liderança da facção, principalmente de Edgar Alves Andrade, o Doca, para montar o apoio logístico e possibilitar os assaltos em diversos bairros do Rio de Janeiro e da Região Metropolitana.
A investigação ainda apontou as seguintes atividades ilícitas que ocorrem dentro das comunidades relacionadas aos roubos de veículos e de cargas:
- Armazenamento, transbordo e revenda das cargas roubadas para receptadores
- Clonagem de veículos para posterior revenda ou troca por armas e drogas
- Desmanche de veículos para revenda de peças
- Uso dos veículos roubados pelas quadrilhas para deslocamento e cometimento de outros crimes
- Cativeiro de vítimas sequestradas para realização de transferências via PIX
No último dia 3 de dezembro, as polícias do RJ mobilizaram 900 agentes para a etapa anterior da Operação Torniquete, na qual cinco pessoas foram baleadas e 10 foram presos.