O pesquisador de Harvard e professor da UFF, Vitelio Brustolin, em entrevista ao Agora CNN deste domingo (8), esclareceu as principais diferenças entre o grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) e o Estado Islâmico, alertando para as possíveis consequências de uma eventual união entre eles.
Segundo Brustolin, a distinção fundamental reside no escopo de atuação de cada organização. Enquanto o Estado Islâmico possui uma visão global, tendo promovido atentados terroristas em diversos países, especialmente na Europa, o HTS mantém um foco regional, concentrando-se primariamente na derrubada do regime de Assad na Síria.
O especialista detalhou que o objetivo do HTS é estabelecer um governo baseado na sharia, a lei islâmica, após a queda de Assad. Em contraste, o regime atual de Assad, apesar de suas graves violações de direitos humanos, é caracterizado como laico.
Cenário de união e suas implicações
Brustolin alertou para um cenário preocupante: caso o Estado Islâmico ressurja na Síria, poderia ocorrer uma união improvável entre nações atualmente em lados opostos. O grupo extremista é unanimemente rejeitado por países como Israel, Estados Unidos, Rússia e várias nações árabes.
Esta situação hipotética, segundo o pesquisador, poderia catalisar uma ação mais concreta do Conselho de Segurança da ONU, que atualmente se encontra inerte tanto em relação à situação no Oriente Médio quanto na Ucrânia.
A possível união entre HTS e Estado Islâmico representaria uma ameaça significativa à estabilidade regional e global, potencialmente forçando uma resposta internacional coordenada.
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