Mais de 9 milhões de jovens, entre 15 a 29 anos de idade, já tinham deixado de estudar em 2023 antes de concluir a educação básica.
A informação é da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), “Síntese de indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2024″, divulgada na manhã desta quarta-feira (4).
A maior parte das pessoas que não terminou a escola está entre 18 a 24 anos. Veja abaixo:
- De 15 a 17 anos – 515 mil
- De 18 a 24 anos – 4,5 milhões
- De 25 a 29 anos – 4,1 milhões
63,7% dos jovens que deixaram a educação básica incompleta não chegou a completar o ensino médio. Desses, 39,4% não concluíram o ensino fundamental e 24,3% concluíram a etapa.
Segundo o IBGE, a maioria (53,6%) dos jovens de 15 a 17 anos, que abandonaram a escola antes de terminar, não concluíram o ensino fundamental. Em relação aos jovens de 18 a 24 anos, grupo de pessoas que já poderia ter finalizado a escola, 59,6% largaram os estudos antes do ensino médio.
A pesquisa aponta que, entre os homens, a necessidade de trabalhar foi a principal razão para o abandono escolar em 2023, com 53,5% dos casos. Já tarefas domésticas foi o menor motivo (0,8%).
Já entre as mulheres, 32,6% abandonaram a escola no ano passado por gravidez e necessidade de realizar tarefas de casa ou cuidar de criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. A porcentagem foi maior que a necessidade de trabalhar (25,5%) e a falta de interesse (20,9%).
Proporção de mulheres fora da escola e da força de trabalho supera a dos homens
O estudo do IBGE também apurou o número de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam e nem trabalhavam em 2023.
O instituto afirma que esse grupo inclui aqueles que não estudavam, mas procuravam emprego (jovens desocupados) e os que não estavam na escola e também não procuravam uma ocupação (jovens fora da força de trabalho).
Em 2023, entre as mulheres jovens “nem-nem”, 76,5% estava fora da força de trabalho, enquanto o percentual de homens era de 61,7%.
A analista de indicadores do IBGE, Denis Guichard, afirma que as mulheres têm mais obstáculos para conseguir um emprego. “Os afazeres domésticos e o cuidado com parentes aumentam a dificuldade das mulheres para buscas uma colocação no mercado de trabalho”.
O estudo do IBGE traz indicadores, de 2012 a 2024, sobre estrutura econômica e mercado de trabalho, padrão de vida e distribuição de rendimentos (incluindo linhas de pobreza), condições de moradia, educação e condições de saúde.
Os recortes geográficos incluem grandes regiões, estados e cidades. Nesta edição foram apresentadas novas análises, como de indicadores de condições de vida segundo estratos geográficos e de condições de moradia de acordo com a situação de pobreza monetária.