A sessão do julgamento de Wilson Campos de Almeida Neto, acusado de assassinar a namorada Gisely Kelly Tavares Santos, foi retomada nesta quinta-feira (28), no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no Recife.
O julgamento, que havia começado na quarta-feira (27), foi suspenso após o interrogatório do réu e prossegue agora com debates orais entre a acusação e a defesa. A acusação, representada pelo Ministério Público de Pernambuco (MP-PE), pede a condenação de Wilson pelo crime de feminicídio, ocorrido em 2017. A defesa nega a intenção de matar, alegando que o disparo foi acidental.
Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco, após os debates orais, a fase de réplica permitirá que acusação e defesa respondam aos argumentos da outra parte, com cada réplica durando uma hora.
Em seguida, o Conselho de Sentença, composto por jurados, se reunirá para votar após a leitura da quesitação – um conjunto de perguntas que os jurados devem responder com base na acusação e na defesa – conduzida pela juíza Maria Segunda Gomes de Lima. Caso a quesitação seja aceita, os jurados votarão em sala secreta e, após a votação, será lida a sentença, declarando o réu culpado ou inocente.
Inicialmente, o julgamento estava marcado para o dia 20 de novembro, mas foi adiado após pedido da defesa, que alegou o aparecimento de novos documentos fora do prazo legal. A promotoria aceitou o adiamento e a juíza Maria Segunda Gomes de Lima remarcou a nova data para o julgamento, que começou na quarta-feira (27) e se estendeu até esta quinta-feira (28).
A CNN entrou em contato com o advogado Célio Avelino, que faz a defesa de Wilson, mas ainda aguarda retorno.
Relembre o caso
O crime ocorreu em 19 de julho de 2017, quando o empresário Wilson Campos de Almeida Neto, de 48 anos, foi acusado de matar Gisely Kelly Tavares com um tiro na cabeça.
Câmeras de segurança do prédio onde Gisely morava, no bairro do Rosarinho, em Recife, registraram o momento em que o casal chegou ao local. Após entrarem no edifício, 50 minutos depois, Wilson foi visto deixando o prédio sozinho, já com outra roupa. O corpo de Gisely foi encontrado no banheiro, sem roupas e com uma marca de tiro na cabeça.
A perícia apontou que o disparo foi feito à queima-roupa, o que indica homicídio, enquanto a defesa de Wilson alega que o tiro foi acidental. A arma usada no crime foi encontrada com marcas de sangue e um fio de cabelo da vítima. Após ser preso, Wilson foi solto durante a pandemia da Covid-19, com a decisão judicial permitindo sua prisão domiciliar devido à sua condição de saúde.