A polícia prendeu duas pessoas suspeitas de extorquir pessoas que frequentavam motéis no Rio Grande do Sul. Segundo as investigações, os criminosos fotografavam as vítimas na entrada dos estabelecimentos e usava as imagens para aplicar os golpes.
De acordo com a Delegada Bertoletti, responsável pela “Operação Closer”, o esquema de associação criminosa e extorsão, conhecido como Golpe do Motel, foi descoberto há cerca de um ano. Golpistas usavam técnicas modernas de tortura para tirar dinheiro das vítimas.
O caso foi investigado e dois integrantes do esquema foram presos por agentes da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas. Os casos aconteciam em Porto Alegre, região metropolitana e Serra Gaúcha. Segundo investigações, mais de 20 pessoas foram vítimas.
Crime de extorsão por meio de engenharia social
Segundo as investigações, os suspeitos alugavam carros e iam para frente de motéis para registrar a entrada e saída de clientes. O grupo tinha como preferência locais de alto padrão e mirava vítimas que ostentavam poder aquisitivo, de acordo com o veículo registrado.
Após o registro em foto e vídeo das vítimas, o trabalho de engenharia social era feito para levantar as informações que facilitassem a extorsão. A partir disso, eles entravam em contato com as vítimas e ameaçavam divulgar os registros para os companheiros delas.
Durante os golpes, a quadrilha cobrava entre R$ 6.000 e R$ 10 mil por vítima. Para dar “credibilidade” aos golpistas, ele se apresentavam, por vezes, como investigadores particulares. O intuito era “pedir suborno” para a vítima, evitando que os registros chegassem até os seus cônjuges.
A delegada do caso revelou que as investigações apontam para o envolvimento de duas pessoas, responsáveis pelo registro e engenharia social dos golpes. Um homem era responsável por receber os valores extorquidos e a esposa de um deles será indiciada por alugar os carros utilizados na ação criminosa.
De acordo com a Polícia Civil, dois dos quatro integrantes do Golpe do Motel foram presos durante a operação. A mulher indicada como comparsa será indiciada, mas segue em liberdade. O suposto receptor do valores não foi encontrado. A polícia acredita que se trata de uma pessoa em situação de rua.
“Ele foi usado pelos dois comparsas para abrir conta e receber esses valores e repassar. (…) A gente acredita na possibilidade dele saber para que foi aberta a conta”, disse Bertoletti.