A polícia civil de Goiás veio até São Paulo, nesta terça-feira (12), para prender onze pessoas suspeitas de praticar golpes pela internet.
Entre os presos, estão dois empresários, sócios de uma processadora financeira que deveria fazer os pagamentos de jogos online, incluindo as bets.
Os agentes deflagraram duas operações policiais simultâneas.
Operação Intermedius
Na Operação Intermedius, além dos empresários, foram presas outras duas pessoas que, de acordo com a polícia, aplicavam os golpes.
Na prática, a empresa não repassava os valores para quem teria “ganhado”, tanto em plataformas de apostas como em outras modalidades de jogos online.
“A gente começou a investigar a empresa e descobriu que cometiam fraude na transação dos pagamentos digitais das plataformas online. Em 2022, a empresa tinha um capital social de 2 mil reais. Hoje, o capital social é de 6 milhões de reais. Eles abriram mais 5 empresas no exterior de 2022 a 2024”, explica a delegada Bárbara Buttini, da policia civil de Goiás.
O golpe das “missões” também era praticado pela quadrilha. A investigação apurou que uma única vitima perdeu R$ 200 mil em dois dias. Os criminosos entravam em contato com as pessoas pelo Telegram, pagavam R$ 2 mil ou R$ 3 mil e a vítima acreditava.
Daí em diante, eram passadas as “missões”. Por exemplo: para ganhar certa quantia, tinha o desafio de curtir três fotos. Para subir de nível, a pessoa teria que pagar, com a promessa de ganhar mais e isso não acontecia.
“Não tem dinheiro fácil, você não vai ganhar R$ 5 mil em um dia por curtir fotos. Você vai se afundar no buraco. Esse golpe das missões é um ciclo vicioso. Nunca é muito fácil. Se viu o dinheiro depositado, não caia no golpe”, disse a delegada.
A CNN contatou a empresa citada nas investigações, mas não obteve retorno até o momento.
Operação Illusio
Na manhã desta terça-feira, outra operação também foi deflagrada pela mesmo delegacia goiana. Na Operação Illusio, foram presas sete pessoas suspeitas de usarem técnicas avançadas de engenharia social para criar um cenário que convencesse as vítimas de que, realmente, os golpistas representavam o Banco do Brasil.
“Eles falsificavam o identificador de chamada, então quando a vítima vai conferir, ela acredita mesmo que o numero era do banco”, explicou a delegada.
Depois que os golpistas ganhavam a confiança das vítimas, elas eram induzidas a fazer transferências sob pretexto de “segurança da conta”. Uma única mulher, perdeu mais de R$ 400 mil.
Os 11 detidos em São Paulo, seguem hoje para presídios de Goiás.