O professor e mestre em História Americana Lucas Martins e o professor de Ciência Política da Universidade de Brasília Ricardo Caldas discutiram, nesta sexta-feira (8), em O Grande Debate (segunda a sexta-feira às 23h), como a vitória de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos impacta a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Na quinta-feira (7), o presidente russo Vladimir Putin fez seus primeiros comentários públicos sobre a eleição dos EUA, dizendo que está pronto para o diálogo com o presidente eleito republicano e observou que os comentários de Trump sobre o fim da guerra da Rússia na Ucrânia “merecem atenção, no mínimo”.
“Estamos prontos”, disse o líder russo quando questionado se manteria conversas com Trump. Putin parabenizou o republicano por sua vitória eleitoral e elogiou sua conduta “corajosa” após uma tentativa de assassinato em julho.
Já o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que teve uma conversa “produtiva” com Donald Trump, na quarta-feira (6). Ele reiterou sua mensagem de que Kiev buscará “paz pela força” em vez de concessões de território ou neutralidade.
Donald Trump disse anteriormente que se eleito acabaria com o conflito “em 24 horas”.
Para Caldas, a chegada de Trump ao poder significa maior uso do “hard power”.
“Agora o Trump vai tentar dar as cartas porque na visão de mundo dele não existe mais esse multi-polarismo que foi a marca do sistema internacional especialmente após a Segunda Guerra Mundial. Trump acredita que estamos em um sistema unipolar ou tripolar, onde poucos atores influenciam o sistema, esses atores claramente são Estados Unidos, China e Rússia”, explica Caldas.
Ele acrescenta que “Trump pensa que pode se reunir com o Putin e dizer para ele: quais são os termos para a paz? Trazer um ator secundário como a Ucrânia e dizer os termos para se ela não aderir, cortar a ajuda ao país.
Para o professor, Trump vai tentar fechar um acordo o mais breve possível: “Então existe sim essa possibilidade, agora caso isso não aconteça nos podemos ver a extensão do conflito por um período muito longo que não é possível de prever”.
Já Martins, defende que a agenda do presidente eleito Donald Trump não é só politica mas também ideológica.
“Zelensky foi beneficiado pelo governo de Biden”, ele explica. “Com a eleição de Donald Trump, é uma mudança completa de patamar’, acrescenta.
O professor explica que há a possibilidade da “diminuição do apoio militar à Ucrânia e também a tentativa da construção de um acordo, encurralar a Ucrânia para uma situação que ela não vai ter como se defender dos russos e terá que abrir mão de partes do seu território para chegar ao final dessa guerra”.
A íntegra do programa está disponível no vídeo acima.
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