Israel Katz, ex-ministro das Relações Exteriores de Israel, foi nomeado ministro da defesa depois que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu demitiu Yoav Gallant do cargo.
Netanyahu disse que não confiava mais na gestão de Gallant nas operações militares de Israel, que incluem a guerra em andamento em Gaza e no Líbano.
Nascido em 1955 na cidade costeira israelense de Ashkelon, Katz foi convocado para o exército em 1973 e serviu como paraquedista, deixando o serviço em 1977.
Ele não serviu em nenhuma posição de alta patente no comando militar, ao contrário de seu antecessor Gallant, que foi general antes de se tornar ministro da defesa em 2022.
Katz, membro do partido de direita Likud de Netanyahu, é membro do parlamento desde 1998, onde atuou em vários comitês, incluindo aqueles que cobrem relações exteriores, defesa e justiça.
O novo ministro ocupou vários cargos ministeriais nas últimas duas décadas, incluindo agricultura, transporte, inteligência, finanças e pastas de energia. Foi nomeado ministro das Relações Exteriores em 2019.
Como ministro das Relações Exteriores, Katz declarou Antonio Guterres persona non grata em outubro pelo que ele disse ser a falha do secretário-geral da ONU em condenar “inequivocamente” o ataque de mísseis do Irã contra Israel e pelo que ele descreveu como conduta antissemita e anti-Israel.
Também em outubro, ordenou que seu ministério iniciasse procedimentos legais contra o presidente francês Emmanuel Macron depois que Paris proibiu empresas israelenses de participarem de uma feira comercial naval militar.
Katz tem sido uma figura discreta nas interações entre Israel e EUA durante as 11 viagens do Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a Israel desde 7 de outubro de 2023.
O principal diplomata dos EUA teve apenas algumas reuniões com o atual ministro, enquanto Blinken se reunia regularmente com Gallant.
Katz estudou graduação e pós-graduação na Universidade Hebraica de Israel, é casado e tem dois filhos.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º de outubro marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense no dia 16 de outubro, na cidade de Rafah.
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