A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou, na manhã desta terça-feira (22), uma operação contra uma facção criminosa formada em presídios do estado e que movimentou R$ 70 milhões com golpes do falso sequestro e tráfico de drogas.
Agentes da Delegacia Antissequestro do Rio de Janeiro (DAS), com apoio da Subsecretaria de Inteligência e Corregedoria da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), identificaram um complexo esquema de lavagem de dinheiro por meio de laranjas e empresas fantasmas que vêm abastecendo a organização autodenominada como “Povo de Israel”.
De acordo com a Polícia, as investigações começaram há cerca de dez meses.
Surgida em 2004, após conflito entre criminosos durante uma rebelião, a facção “Povo de Israel” tem cerca de 18 mil presos membros e já ocupa 13 unidades prisionais, chamadas pelos presos de “aldeias”. De acordo com a Seap, o número representa 42% do efetivo prisional.
Conforme a investigação, o grupo movimentou cerca de R$ 70 milhões ao longo de dois anos a partir de recursos obtidos com os crimes de tráfico de drogas e extorsão praticada por meio de falsos sequestros. Os agentes também descobriram que a facção já se organizava para conquistar território fora das penitenciárias.
Nesta primeira fase da Operação 13 Aldeias, são cumpridos 44 mandados de busca e apreensão, bloqueio de contas correntes e respectivos ativos financeiros de 84 investigados, bem como o afastamento da função pública de cinco policiais penais.
As diligências são realizadas em Copacabana e Irajá, nas zonas sul e norte da capital, e nos municípios de São Gonçalo, Maricá, Rio das Ostras, Búzios e São João da Barra, bem como no estado do Espírito Santo. A Polícia Penal também efetua ações nos presídios onde estão as lideranças da facção.