O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) pediu para que delegada de plantão e a Polícia Científica iniciarem diligências para apurar as circunstâncias da morte da bebê de oito meses que apresentou sinais vitais no próprio velório, na noite deste sábado (19).
O caso aconteceu na cidade de Correia Pinto (SC), quando familiares teriam notado que a temperatura corporal da criança se mantinha e que não havia rigidez no corpo. Parentes também relatam a sensação de que a menina mexia os braços e as mãos dentro do caixão.
Um farmacêutico, o Conselho Tutelar e o Corpo de Bombeiros foram chamados, e teriam constatado, por meio de oxímetro infantil e estetoscópio, que a criança apresentava saturação e batimentos cardíacos fracos, além de pupilas contraídas e não reagentes e arroxeamento em algumas partes do corpo, de acordo com o MPSC.
A bebê foi levada novamente pelos bombeiros ao hospital, onde foi realizado um eletrocardiograma. O exame não detectou batimentos cardíacos e o óbito foi confirmado.
O ministério pediu prioridade na realização de exame cadavérico para determinar o horário e as causas do óbito e pediu o prontuário médico da menina e a oitiva do médico, dos pais e de testemunhas, sobretudo dos bombeiros e das conselheiras tutelares que atenderam o caso.
A polícia tem até esta segunda-feira (21) para responder sobre as providências adotadas após o conhecimento dos fatos para acompanhamento da investigação pelo ministério.
A perspectiva é de que os laudos cadavérico e anatomopatológico fiquem prontos dentro de um mês. A investigação busca dar respostas à família, à população e também ao hospital, além de verificar a regularidade dos procedimentos
Marcus Vinícius dos Santos, promotor de justiça
“Asfixia por vômito”
Ainda de acordo com a pasta, o pai da bebê relatou que a criança passou mal na noite de quinta-feira (17). No hospital, o médico teria diagnosticado uma virose, aplicado soro, receitado medicamentos e liberado a paciente.
A criança voltou a passar mal na madrugada de sábado (19), foi levada novamente ao hospital e o mesmo médico teria atestado a morte por volta das 3 horas da manhã. As informações contidas na declaração de óbito seriam divergentes das repassadas à família, segundo o MPSC.
O médico teria informado que a causa da morte seria asfixia por vômito, mas, na declaração de óbito, constava desidratação e infecção intestinal bacteriana.