O comerciante Igor Peretto, que foi morto a facadas em agosto deste ano em um apartamento no litoral paulista, teria feito declarações de amor para a esposa antes de ser morto em uma emboscada que teria sido armada por ela.
Veja quem era a vítima.
Uma testemunha ouvida durante as investigações afirmou que escutou a confusão que terminou na morte de Igor. O caso ocorreu no município de Praia Grande, na Baixada Santista.
O relato aponta que entre a primeira discussão, o barulho das pancadas e os gritos para os suspeitos saírem do local, se passaram, no máximo, 15 minutos.
Nesta semana, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou a prisão preventiva dos três envolvidos na morte do comerciante, que é irmão do vereador Tiago Peretto (União Brasil), de São Vicente.
A medida foi acatada no dia 31 de outubro após uma denúncia do Ministério Público, que afirmou que a vítima foi brutalmente assassinada com várias facadas quando os três acusados –entre eles a mulher dele– a atraíram para o local do crime.
Crime
Além de Rafaela Costa, que era a esposa da vítima, são considerados suspeitos do crime: Marcelly Pereto (irmã de Igor) e Mario Vitorino da Silva (cunhado dele).
Segundo as investigações, os suspeitos estiveram juntos no apartamento de Marcelly antes de Igor ser encontrado no local. Rafaela teria traído Igor com Mário Vitorino da Silva, companheiro de Marcelly –cunhado e amigo da vítima. Igor teria descoberto a traição.
Segundo o inquérito civil do caso e a denúncia do Ministério Público, o crime foi planejado, uma vez que Mário, Rafaela e Marcelly consideraram Igor um empecilho para o “triângulo amoroso”, ou seja, para o relacionamento que os três denunciados mantinham entre eles.
Rafaela, considerada a “pivô” do crime, teria se relacionado com a irmã de Igor antes do crime. Questionada, a defesa de Marcelly afirmou que a mulher relata que estava embriagada e foi beijada a força e acariciada por Rafaela.
“Após o crime, os três tentaram ocultar as evidências e simular uma defesa, fugindo juntos do local. A brutalidade do crime gerou grande repercussão na sociedade, evidenciando a necessidade de medidas cautelares”, afirmou o MP.
Cronologia
No dia do crime, Igor, Rafaela, Marcelly e Mario foram a uma festa. De acordo com o depoimento de Mário, depois da confraternização, Igor teria pedido ao cunhado para deixá-lo na casa da mãe dele, já que Rafaela teria solicitado para ele sair de casa dois dias antes. Marcelly foi para o seu apartamento junto com Rafaela antes da saída dos dois rapazes.
Durante o trajeto para a casa da mãe de Igor, Mário recebeu uma ligação de Rafaela, a qual foi presenciada pela vítima, que passou a exigir satisfações do cunhado e pediu para que fossem até o apartamento de Marcelly na tentativa de contar para sua irmã que o seu ex-marido estava tendo um caso com Rafaela.
Ao chegarem no local, os dois homens entraram no apartamento, onde o crime aconteceu.
A denúncia do MP aponta que segundos antes da chegada dos dois ao apartamento, Rafaela deixou o local e permaneceu em seu carro para aguardar o desfecho do homicídio e a fuga de Marcelly e Mario.
“Note-se que, em juízo de cognição sumária, Mário e Marcelly estariam no local do crime. Já a ré Rafaella, apesar de ter se retirado do local, há indícios que manteve comunicação com os demais envolvidos”, afirmou o TJ-SP.
Enquanto aguardava, a viúva realizou pesquisas de destinos, supostamente a serem considerados, além de pesquisar “quanto tempo o corpo demora a feder”.
Outro lado
Em nota, a defesa de Mário afirmou que “a investigação se mostrou confusa ao apontar um viés econômico, ignorando inúmeras provas que indicam o crime de ímpeto”.
Ainda em nota, a defesa repudiou a acusação, assim como os ataques aos representantes de Mário, e reafirmou o compromisso com a “Justiça corretamente aplicada ao caso concreto”.
Procurada, a defesa de Marcelly explicou que a irmã da vítima estava em sua casa, deitada na sua cama, quando Igor e Mário chegaram discutindo.
“Mário entrou direto no apartamento pois ainda tinha a senha. Igor, nervoso, chutou uma porta que tinha um espelho e o quebrou. Em seguida, Marcelly, nua, saiu da cama e foi para o cômodo ao lado vestir uma roupa. Ela narra que estava atordoada pois costumava beber porém não era usuária de ecstasy.
Quando a discussão não parava, após achar roupa e se vestir, voltou ao quarto e começou a gritar por socorro. Viu Mário saindo de cima do seu irmão mas não presenciou facadas”, disse a defesa de Marcelly, em nota.
* Sob supervisão