A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou neste domingo (20), a segunda fase da Operação Verum, com o cumprimento de mandados de prisão e busca e apreensão contra suspeitos de envolvimento no caso de infecções por HIV em transplante de órgãos contaminados.
Em operação realizada neste domingo, a PCRJ cumpriu mandados contra oito alvos, sendo um de prisão e oito de busca e apreensão. Uma suspeita foi presa pelos agentes.
As investigações revelaram uma falha grave no controle de qualidade dos testes realizados pelo Laboratório PCS Saleme.
Com o objetivo de reduzir custos, a análise das amostras deixou de ser realizada diariamente, sendo postergada para uma vez por semana.
Diante da gravidade do caso, a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) decidiu ampliar o escopo das investigações.
Além de apurar a emissão de laudos falsos, um novo inquérito foi instaurado para investigar o processo de contratação do laboratório pelo sistema de saúde.
Relembre o caso
Seis pacientes contraíram o vírus HIV após passarem por transplantes de órgãos no Rio de Janeiro. Segundo as investigações, dois doadores teriam feito exame de sangue no laboratório PCS Lab, localizado Baixada Fluminense, e os resultados deram falso negativo.
O contrato, firmado pela Fundação Saúde do RJ em dezembro de 2023, tinha duração de 12 meses, no valor total determinado foi de R$ 11.479.459,07. O acordo previa que a Patologia Clinica Doutor Saleme Ltda realizasse análises clínicas e de anatomia patológica.
Saiba que sabemos sobre exames errados que causaram infecção por HIV em transplantes no RJ.
Na sexta-feira (18), a Justiça do Rio de Janeiro manteve a prisão temporária de quatro investigados no caso envolvendo pacientes infectados por HIV após transplantes de órgãos em unidades públicas do estado.
A decisão proferida pela juíza Aline Abreu Pessanha, manteve a prisão temporária do sócio-proprietário do laboratório LCS Lab Saleme Walter Vieira, além dos três funcionários investigados no caso. São eles: Cleber de Oliveira Santos, Ivanilson Fernandes dos Santos e Jacqueline Iris Bacellar de Assis.
A magistrada destaca a existência dos requisitos legais e a gravidade do crime. Ela também ressalta a preocupação e riscos à investigação. Os investigados também tiveram negado o pedido de medidas cautelares, como a prisão domiciliar.