Autoridades dos Estados Unidos garantiram ao Líbano que Israel reduziria seus ataques contra Beirute e seus subúrbios ao sul, disse o primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, nesta terça-feira (15).
“Durante nossos contatos com as autoridades norte-americanas na semana passada, recebemos uma espécie de garantia para reduzir a escalada nos subúrbios do sul e em Beirute”, pontuou Mikati em um comunicado por escrito distribuído por seu gabinete.
Ele não forneceu mais detalhes sobre as garantias, mas destacou que os EUA estão “levando a sério a pressão sobre Israel para chegar a um cessar-fogo”.
Israel não atinge os subúrbios ao sul da capital do Líbano desde o final da semana passada. O país fez ataques contra a área quase todas as noites durante semanas, destruindo prédios e matando muitas pessoas.
Vários integrantes importantes do Hezbollah foram alvos desses ataques, incluindo o líder Hassan Nasrallah, morto em 27 de setembro.
Mikati disse que os esforços internacionais ainda estão em andamento para chegar a um cessar-fogo que ponha fim às hostilidades entre os militares israelenses e o Hezbollah.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º de outubro marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.
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