Qualquer transferência de mísseis balísticos do Irã para a Rússia marcará uma escalada da guerra na Ucrânia, disseram na sexta-feira (6) os Estados Unidos, após relatos de que os dois países intensificaram seus laços nas últimas semanas, com uma transferência de armamentos desse tipo.
A Reuters informou em agosto que a Rússia estava esperando a iminente entrega de centenas de mísseis balísticos de curto alcance Fath-360 do Irã, e que dezenas de militares russos estavam sendo treinados no Irã para um eventual uso das armas guiadas por satélite na Ucrânia.
Mísseis de curto alcance foram entregues à Rússia pelo Irã, informou na sexta-feira o The Wall Street Journal, citando uma autoridade dos EUA que não foi identificada.
“Temos alertado sobre a intensificação da parceria de segurança entre a Rússia e o Irã desde o início da invasão russa contra a Ucrânia e estamos alarmados por essas informações”, disse o porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca Sean Savett.
“Quaisquer transferências de mísseis balísticos do Irã para a Rússia representariam uma escalada dramática no apoio do Irã à agressão russa contra a Ucrânia”, acrescentou.
Outra autoridade norte-americana disse à Reuters que está observando de perto a potencial transferência de mísseis entre o Irã e a Rússia.
A suposta medida ocorre após EUA e seus parceiros, incluindo a União Europeia, terem alertado que essa atitude por parte do Irã poderia trazer consequências. Os países ocidentais têm observado a intensificação dos laços russo-iranianos nos últimos meses com crescente preocupação.
A missão do Irã na Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta sexta-feira que a posição de Teerã no conflito não mudou.
“O Irã considera que a provisão de assistência militar às partes envolvidas no conflito – o que leva a perdas humanas, destruição de infraestrutura e um distanciamento das negociações por um cessar-fogo – é desumana”, disse.
“Portanto, o Irã não apenas se abstém de tais ações, como também pede que outros países parem de fornecer armas para as partes envolvidas no conflito”, concluiu.
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