Em uma pequena cidade de Minas Gerais, um modelo de conservação de água pode indicar caminhos para um futuro mais sustentável – e com disponibilidade hídrica para todos.
É o caso do “Conservador de Águas”, projeto do município de Extrema (MG), com pouco mais de 50 mil habitantes. A iniciativa transformou uma área de pastagem em conservação em um trabalho conjunto do Poder Público e agentes especializados.
“Plantar programas para conservar principalmente os mananciais de abastecimento era fundamental para o desenvolvimento até mesmo econômico do município de Extrema, tendo como base os serviços ambientais prestados pela natureza”, diz Paulo Henrique Pereira, idealizador do Conservador das Águas.
O projeto funciona da seguinte maneira: as mudas são cultivadas na sede do Projeto. Na sequência, são então plantadas em áreas de preservação e reflorestamento. Em um trabalho totalmente manual, são plantadas, em média, 700 a 1000 mudas por dia. Ao todo, já foram mais de 3 milhões de árvores nos quase 25 anos desde o início do projeto. Considerado um projeto de vanguarda, o modelo de gestão ambiental hoje foi replicado em 400 municípios.
E em uma área rural com muitas nascentes, a preservação do sistema acaba impactando grandes metrópoles como São Paulo. Isso porque as nascentes de Extrema, localizadas na Serra da Mantiqueira, alimentam em quase 70% o sistema Cantareira, principal sistema de abastecimento da metrópole paulista.
O repórter Renan Fiuza visitou o projeto “Conservador de Águas” em uma reportagem para o CNN Sustentabilidade, cujo tema do programa foi a crise hídrica no Brasil. O CNN Sustentabilidade é apresentado pelo âncora Márcio Gomes e pelo analista de Clima e Meio Ambiente, Pedro Côrtes.
Diariamente, um volume de 7,3 bilhões de m³ de água é perdido diariamente no Brasil, o equivalente a oito mil piscinas olímpicas. Na média nacional, há um desperdício de 40% de toda a água tratada no país. Os dados são do Instituto Trata Brasil.
E o projeto vai na contramão das estatísticas, envolvendo toda a cadeia, desde os semeadores das mudas até os produtores rurais, que são beneficiados por uma terra mais irrigada e fértil.
“Nós pensarmos naquela época, no início do projeto em 2005, num proprietário rural sendo produtor de serviços ambientais pra sociedade, fazia muito sentido pra gente. Porque além de todos os alimentos que nós consumimos na cidade, nós também consumimos os serviços ambientais”, complementa Paulo Henrique Pereira.
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