O bioma da Mata Atlântica, o mais devastado do Brasil desde o início da história do país, é atualmente o único a ter uma legislação específica para sua proteção. No entanto, o desmatamento ainda é uma ameaça – e compromete toda a cadeia de recursos naturais disponíveis para a vida e o desenvolvimento do planeta.
“Há uma falsa ideia de abundância de que o Brasil tem muitos recursos naturais, e que isso seria infinito. E que para um modelo de desenvolvimento bastante ultrapassado, a floresta, em tese, atrapalha”, diz Malu Ribeiro, diretora da Fundação SOS Mata Atlântica. “Veja que hoje é o contrário do que a gente precisa fazer: o Brasil detém a maior biodiversidade do planeta, e pouco valoriza essa biodiversidade”.
“E a água reflete diretamente a perda da floresta. Em uma emergência climática, a água é o recurso natural que mais espelha os impactos do clima, seja por seca ou enchentes”, argumenta.
A entrevista com a diretora da Fundação SOS Mata Atlântica faz parte do episódio deste sábado (17) do CNN Sustentabilidade, cujo tema do programa foi a crise hídrica no Brasil. O CNN Sustentabilidade é apresentado pelo âncora Márcio Gomes e pelo analista de Clima e Meio Ambiente, Pedro Côrtes.
Segundo um estudo do MapBiomas, nos últimos cinco anos, o Brasil vem perdendo expressivamente a capacidade hídrica – e ao mesmo tempo lida com a poluição desses mananciais cada vez mais escassos.
“O que a gente pode fazer é devolver a floresta para os entornos das nascentes e para as chamadas áreas de ‘recarga dos aquíferos’, que são aquelas áreas extremamente importantes e que estão de certa forma desprotegidas pela legislação. São esses ecossistemas, as florestas, que devolvem essa água e que são as mantenedoras desse ciclo hidrológico”, continua Malu Ribeiro.
“Ao queimarmos a Amazônia nós sofremos um impacto na região Sul. Todos os biomas estão interligados”, diz a diretora da Fundação SOS Mata Atlântica. “Quando você estraga um, o impacto vem no outro”, completa.
CNN Sustentabilidade – Sábados, às 22h45, e domingos, às 18h45 (horário alternativo) na CNN Brasil.