Era uma reunião para definir a indicação para as comissões permanentes da Câmara, agendada desde antes do carnaval, mas, na saída, os líderes decidiram que definição mesmo, só na semana que vem. A ideia é que tudo seja acertado na terça-feira para fazer a instalação das comissões na quarta. O vice-líder do governo na Casa, Mauro Benevides Filho, explicou.
“Terça-feira, não só quem fica com quem e os membros, porque na quarta-feira, a partir das 15 horas, mais ou menos, ele quer que todas as comissões, todas sem sessão, devam ser instaladas aqui na Câmara dos Deputados”.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, tem dito que os acordos firmados serão cumpridos. Um dos impasses está na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. O PL indicou o deputado Eduardo Bolsonaro para o cargo. O líder da oposição, que é do PL, o deputado Zucco, comentou.
“Como a gente tem seis comissões, essas quatro que eu te dei são as prioridades. Creden é a primeira prioridade. Segunda prioridade, Segurança e Saúde. Minas e Energia, quinta prioridade, pode ser Direitos Humanos e a sexta vai depender no final”.
O PT se manifesta contra essa indicação. O líder do PT, Lindbergh Farias, explica.
“O presidente de uma Comissão de Relações Exteriores para defender Trump? Para defender os interesses norte-americanos? Então, para a gente é uma questão de honra. Tem muita gente aqui no Parlamento que entende que vai ser um ônus grande para essa Casa ter uma figura como Eduardo Bolsonaro num momento como esse, que é um momento que ele age de forma meia desesperada. Vocês podem se preparar, daqui a um mês e pouco vai ter a denúncia, nós vamos começar o julgamento no Supremo Tribunal Federal e eu acho que não é aceitável que essa Casa, o Parlamento, tenha como representante na Comissão de Relações Exteriores alguém com a postura, volto a dizer, antinacional e de ataque ao Supremo, de ataque ao ministro Alexandre Morais, como tem feito Eduardo Bolsonaro”.
Outra polêmica: a Comissão de Constituição e Justiça, também reivindicada pelo PL, mas, nesse caso, um acerto feito no início da legislatura, impede que o partido ocupe duas vezes a presidência dessa comissão, que foi comandada no ano passado pela deputada Caroline de Toni, do PL de Santa Catarina.
Sobre mudanças no regimento interno para a votação para a presidência das comissões, o líder do governo na Casa, José Guimarães foi claro: não haverá alterações nesse sentido. É que a discussão girava em torno da possibilidade de transformar a eleição em apenas indicação de líderes. Segundo José Guimarães, o regimento será seguido.
