TATIANA CAVALCANTI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Na festa após a posse de Donald Trump, na segunda (20), o cardápio era repleto de pratos sofisticados: lagosta de Maine e camarões do golfo como entrada, seguido de carne de angus grelhada com chocolate amargo e batatas gratinadas no prato principal, além de sobremesas finas. No entanto, se pudesse, o anfitrião ilustre teria trocado todo esse banquete por hambúrgueres, batata frita e milk-shake.
Trump também adora refrigerante e, como era de se esperar, levou sua obsessão alimentar pobre em nutrientes para a Casa Branca. O Salão Oval instalou de volta seu “botão da Coca-Cola Diet”, segundo o Wall Street Journal. Durante seu primeiro governo, o republicano foi questionado por um jornalista se o botão vermelho em sua mesa lançaria ogivas nucleares. Ele respondeu que não, mas que todos pensavam isso, antes de apertá-lo e receber sua bebida favorita das mãos de um funcionário que surgiu de repente.
O presidente não esconde seu amor pelos lanches do McDonald´s. Com frequência é visto em compromissos ou até mesmo em redes sociais consumindo comida de alto teor de gordura, açúcar e sódio, e baixa quantidade de nutrientes e fibras, fatores prejudiciais à saúde.
O genro de Trump, Jared Kushner, escreveu em seu livro de memórias de 2022 que uma das refeições favoritas do pai de sua mulher, Ivanka, era “um Big Mac do McDonald’s, filé de peixe, batatas fritas e um milk-shake de baunilha”. Um pedido semelhante feito por Trump foi mencionado no livro “Let Trump Be Trump” (deixe Trump ser Trump), de 2017, escrito pelos ex-funcionários da campanha do republicano Corey Lewandowski e David Bossie.
Newsletter Lá Fora Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo * Trump frequentemente pula o café da manhã, mas quando decide fazer a refeição, costuma optar por bacon e ovos fritos. No almoço, consome petiscos, como batatas chips. Ele também é conhecido por beber grandes quantidades de coca diet, chegando a 12 latas por dia. No jantar, sua dieta é composta por alimentos processados, como lanches, pizza, frango empanado ou carne grelhada bem passada.
Em 2017, Gareth Davies seguiu a dieta do presidente americano por uma semana, relatando ao jornal britânico The Telegraph como sua saúde piorou. Assim como Trump, ele pulou refeições e consumiu coca diet, Doritos, McDonald’s, KFC e pizza.
Ele perdeu 2,6 kg por desidratação, sentiu falta de energia e dificuldades para se exercitar. O jornalista concluiu que a dieta é insustentável, insípida e prejudicial, repleta de alimentos processados e bebidas açucaradas, questionando sua viabilidade a longo prazo.
Até aliados já criticaram publicamente os péssimos hábitos alimentares de Trump, como o advogado Robert Kennedy Jr., indicado pelo republicano para o cargo de secretário de Saúde e Serviços Humanos em seu segundo governo.
“O que ele come é realmente, tipo, ruim”, disse o filho do ex-senador Robert F. Kennedy (1925-1968) em entrevista a um podcast no fim do ano passado, relembrando as opções disponíveis no avião de Trump. “A comida de campanha é sempre ruim, mas a que vai para aquele avião é veneno. Você não tem a escolha, ou te dão KFC ou Big Mac. Isso é quando você tem sorte, e o resto das coisas eu considero meio intragável.”
Nem para assistir a longas horas de lutas ele bebe água, nem um copo, segundo Dana White, o diretor executivo do UFC, afirmou a Kennedy durante um voo.
Durante a campanha de 2016, Trump aparece em uma postagem do então Twitter comendo KFC dentro de seu avião particular. A foto foi muito comentada principalmente pelo contraste do frango frito -popularmente comido com as mãos- sendo cortado com garfo e faca em um jatinho com as fivelas dos cintos folheadas a ouro.
Em fevereiro de 2019, Trump foi examinado pelo médico da Casa Branca. Ele atestou que o presidente de 1,90 m de altura, então com 74 anos, estava com “muito boa saúde no geral”, embora estivesse ligeiramente acima do peso, com 110 kg, e índice de massa corporal (IMC) de 30,5, o que o fez ser considerado obeso. Não foram divulgados exames posteriores do presidente.
A falta de prática regular de atividades físicas -ainda que ele seja um ávido jogador de golfe, exercício de intensidade moderada- também são apontados como um hábito saudável que Trump dispensa.
Os hábitos alimentares irregulares de Trump destacam a urgência de combater a má alimentação nos EUA, onde 40,3% da população estava obesa entre agosto de 2021 e agosto de 2023, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças.
Esse cenário alarmante reforça a importância de políticas públicas focadas no incentivo de hábitos saudáveis, na educação nutricional e no incentivo ao consumo de alimentos frescos, para combater doenças crônicas como diabetes tipo 2, hipertensão e problemas cardíacos.
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