Quatro mulheres militares foram libertadas neste sábado, na segunda troca de reféns realizada pelo Hamas em troca de prisioneiros palestinos, após a assinatura de um acordo de cessar-fogo com Israel.
As reféns, que estavam em cativeiro havia quase 500 dias, são Karina Ariev, Daniella Gilboa, Naama Levy e Liri Albag. Todas têm 20 anos, exceto a última, que tem 19. Elas apareceram fardadas e sorridentes antes de serem entregues ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que irá transportá-las para Israel, onde passarão por uma avaliação médica inicial.
Por alguns segundos, elas foram exibidas em um palco em Gaza, montado para a ocasião pelo Hamas, diante de dezenas de combatentes armados do Hamas e da Jihad Islâmica, além de centenas de moradores locais.
A libertação ocorreu pouco depois das 11h (horário local, 9h em Lisboa).
Essas quatro mulheres pertencem ao Exército de Israel. Elas foram capturadas durante o ataque do Hamas em outubro de 2023, que deu início à guerra. Na ocasião, foram levadas da base de Nahal Oz, perto da fronteira com Gaza, quando militantes palestinos invadiram o local, matando mais de 60 militares.
As mulheres sequestradas faziam parte de uma unidade de vigilância responsável por monitorar ameaças ao longo da fronteira. Uma quinta soldado da mesma unidade, Agam Berger, de 20 anos, foi sequestrada junto com as outras quatro, mas não foi incluída na lista de liberação.
Na Praça dos Reféns, em Tel Aviv, um telão exibia os rostos das quatro mulheres militares que seriam libertadas. Na multidão, algumas pessoas seguravam bandeiras israelenses, enquanto outras exibiam cartazes com os rostos dos reféns.
“Estou extremamente emocionado, eufórico. Em um piscar de olhos, em uma fração de segundo, as vidas delas vão mudar completamente novamente, mas agora para um lado positivo e bom”, disse Gili Roman, cujo irmão foi libertado no único outro cessar-fogo, em novembro, embora outro parente tenha morrido em cativeiro.
Agora, Israel deve libertar 200 prisioneiros palestinos. De acordo com a Al Jazeera, 121 desses prisioneiros estão cumprindo penas de prisão perpétua. O prisioneiro mais velho a ser libertado tem 69 anos, enquanto o mais jovem tem 15.
O Serviço Prisional Israelense declarou, em comunicado, que os prisioneiros palestinos serão levados inicialmente para as prisões de Ofer (perto de Jerusalém) e Ktziot (ao sul de Gaza), onde serão identificados por representantes do CICV e aguardarão a liberação dos reféns israelenses.
Posteriormente, os prisioneiros palestinos serão transferidos da prisão de Ofer para dois locais: uma praça na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, e a passagem de Kerem Shalom, na Faixa de Gaza.
A primeira fase da trégua, que deve durar seis semanas, prevê a libertação de 33 reféns mantidos em Gaza, em troca de um número muito maior de prisioneiros palestinos detidos por Israel.
No primeiro dia da trégua, em 19 de janeiro, três reféns israelenses e 90 prisioneiros palestinos foram libertados.
De acordo com os termos do acordo de cessar-fogo com o Hamas, Israel deve libertar 50 prisioneiros palestinos para cada mulher soldado israelense, o que significa que, pelo menos, 200 prisioneiros devem ser liberados.
Embora os combates tenham cessado em Gaza, Israel continua realizando operações militares na Cisjordânia ocupada, que já resultaram na morte de pelo menos 14 pessoas, segundo as autoridades de saúde locais.
Israel e o Hamas se envolveram em uma guerra em outubro de 2023, após um ataque sem precedentes do grupo extremista palestino no sul do território israelense, que deixou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva devastadora na Faixa de Gaza, que resultou na morte de mais de 47 mil pessoas.
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