Sevval Sahin, uma garçonete de 25 anos, é a mais recente vítima fatal do incêndio que atingiu o hotel Grand Kartal, uma estância de esqui no centro da Turquia. A jovem, que havia começado a trabalhar no local há apenas um mês, não resistiu aos ferimentos após saltar de uma das janelas do 12.º andar para escapar das chamas e do intenso calor. Sevval morreu na quarta-feira (24) em uma unidade de terapia intensiva, conforme informou a agência de notícias Associated Press (AP).
De acordo com uma investigação preliminar, o incêndio teve início no restaurante do hotel, localizado no quarto andar, e se alastrou rapidamente pelos andares superiores. Para fugir da fumaça e das chamas, diversos hóspedes e funcionários recorreram a medidas desesperadas, como pular de janelas ou usar lençóis para descer.
Antes de saltar, Sevval entrou em contato com o pai para pedir conselhos sobre o que fazer. Segundo o site T24, que ouviu um parente da jovem, o pai a aconselhou a não pular, mas ela acabou tomando a decisão ao não resistir ao avanço das chamas e do calor sufocante.
O incêndio ocorreu na madrugada de terça-feira (23), enquanto o hotel estava praticamente lotado devido às férias escolares de inverno na Turquia. No momento, havia 238 hóspedes registrados. O número de mortos subiu para 78, de acordo com o último balanço divulgado.
Autoridades locais informaram que 11 pessoas foram detidas durante a investigação, incluindo um vice-prefeito de Bolu, o chefe dos bombeiros da cidade, além do proprietário do hotel, seu diretor-geral e o chefe eletricista.
Embora o Ministério do Turismo tenha afirmado que o Grand Kartal foi inspecionado em 2021 e 2024, veículos de comunicação turcos relataram que a última inspeção efetiva de segurança havia ocorrido em 2007. A responsabilidade pelo cumprimento das normas de segurança tem gerado trocas de acusações entre o Ministério e o governo municipal de Bolu, controlado pela oposição.
Com tarifas que custam centenas de euros por noite, o hotel Grand Kartal atrai turistas em busca de luxo e conforto na região de Kartalkaya. Agora, a tragédia expõe falhas estruturais e de fiscalização que resultaram em uma das maiores catástrofes do ano no país.
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