Um menino de 4 anos, identificado como Leonel Lengruber morreu no Hospital Raul Sertã, em Nova Nova Friburgo, Região Serrana do Rio de Janeiro, no último domingo (8). Segundo a mãe do menino, Lorrayne Silibri, a morte do seu filho se deu em decorrência de diversas negligências médicas por parte do hospital.
Em relato à CNN, ela contou que o menino deu entrada na unidade de saúde por perceber que o filho estava um pouco “prostrado”. Lorrayne também contou que pessoas próximas à criança começaram a notar que ele estava muito cansado e decidiu procurar ajuda médica.
De início, Leonel deu entrada em uma Unidade de Pronto Atendimento. Ele não prosseguiu com o atendimento no local, pois foi indicado que ele fizesse um exame de sangue e um de raio-x , mas um dos aparelhos estava quebrado. A família, então, recorreu ao Hospital Raul Sertã.
“Ouvi que o raio-x estava quebrado e o médico disse que ele precisaria fazer um raio-X e um exame de sangue para apurar o que ele tinha, porque ele suava frio, estava pálido, não queria se alimentar direito e quem conhecia o meu filho, sabia que o meu filho se alimentava muito bem, era uma criança muito ativa, muito feliz, muito falante”.
Na unidade, a mulher relatou tudo o que estava acontecendo e ouviu dos médicos que não havia necessidade de fazer os exames. Foi realizado apenas uma ausculta pulmonar. Os profissionais disseram que o menino estava apenas com um pouco de secreção nasal, prescreveram alguns medicamentos e o liberaram.
Lorrayne, percebendo a situação do filho, recorreu novamente a ajuda. A criança fez os exames que haviam sido solicitados e uma das médicas disse que seria necessária a internação de Leonel, já que um dos pulmões do menino estava “tomado” de secreção. A partir disso, a mãe conta que começava um “pesadelo”.
“Meu filho até comia, mas comia pouco, só bebia água o tempo todo. Quando foi na quinta cedo, o pai dele ficou com ele para eu ir trabalhar. Ele falou que ele só quis comer um pedaço de pera, metade de um biscoito e vomitou. De lá para cá, só tomava água, muita água. Eu insistia para ele comer, fazia algumas coisinhas e às vezes ele até comia, mas ele tava ficando muito prostrado”.
A mãe conta que a partir disso, começou a acionar a equipe do hospital com frequência para olharem o menino, mas os dias passavam e eram realizados apenas os mesmos procedimentos.
“Ela (enfermeira) só media, saturação, febre e falava que ele tava bem e eu vendo que meu filho não estava bem. Eu sabia que ele não estava bem, uma mãe sempre sabe quando o filho não está bem porque se não, nem no hospital eu estaria ali.”
Lorrayne, acionou a emergência da unidade, pois o filho apenas piorava. Uma médica examinou Leonel e disse que ele estava com um quadro atípico e que ela suspeitava de coqueluche. A criança e a mãe foram colocados em uma sala e o menino recebeu um medicamento através de um acesso. A mãe relata que a criança não reagiu bem e imediatamente começou a passar mal.
“Foi horrível. Eu levantei com ele, ela pediu para trocar só a blusinha dele que tava vomitada e botou ele na cadeira, nisso ele virou o olhinho e ficou com a boca roxa. A enfermeira levou ele pra dentro de sala de punção venosa e eu sai gritando socorro pelo hospital inteiro”.
A mãe ressalta que foi completamente ignorada e acredita que se a postura do hospital tivesse sido outra, Leonel estaria vivo.
“Colocaram ele na sala de punção, eu saí gritando. Daqui a pouco a médica sai e me dá pior notícia da minha vida que ele não resistiu, que ele não resistiu. Eu peguei no colo e comecei a chorar. Eu soprava a boquinha dele para ver se ele voltava para mim porque na minha cabeça ele estava quentinho, ele ia voltar.”
Em nota, a Prefeitura de Nova Friburgo disse que se solidariza com a dor da família e que apurações internas referentes ao ocorrido estão sendo realizadas.
Confira a nota na íntegra
A Secretaria de Saúde se solidariza com a dor da família e informa que já está fazendo as apurações internas relativas ao acontecimento. E, após esclarecidos os fatos, será avaliada a necessidade do afastamento de profissionais. Essa avaliação deve ser feita de forma criteriosa, tendo em vista que vários profissionais estão envolvidos no atendimento ao paciente.
Após a investigação, em caso de constatação de irregularidade, será aberto Processo Administrativo Disciplinar para aplicação das sanções que vão desde advertência até demissão.
O Hospital dispõe de direção médica e coordenação de enfermagem que fazem o acompanhamento diário da conduta dos profissionais e também, existem comissões instituídas para investigar a conduta clínica no tratamento dos pacientes da unidade.
Sob supervisão