O Ministério Público de Alagoas (MPAL) solicitou à Justiça, nesta quinta-feira (12), a prisão preventiva de Felippe Silva Cirino, marido da professora Joice dos Santos Silva Cirino, que morreu após ingerir uma coxinha envenenada em São Brás, no interior do estado.
De acordo com a Polícia Civil, o homem é o principal suspeito do crime, embora negue as acusações.
A vítima, que estava em processo de separação, teria sido envenenada ao consumir o lanche oferecido pelo marido. Joice morreu no dia 8 de outubro de 2024, cerca de cinco horas após ser internada.
Segundo a polícia, a família da vítima contou que o suspeito comprou as coxinhas e ofereceu tanto à esposa quanto ao filho, mas o adolescente se recusou a comer.
Após ingerir o lanche, Joice passou mal imediatamente e foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Porto Real do Colégio, onde morreu poucas horas depois. A equipe médica acionou a polícia, suspeitando de envenenamento.
Em nota à imprensa, o MPAL informou que a perícia realizada pela Polícia Científica no conteúdo estomacal de Joice confirmou a presença de substâncias tóxicas, como sulfotep e terbufós, nas coxinhas consumidas pela vítima.
No entanto, o que restou do lanche foi descartado pelo acusado, dificultando a coleta de mais evidências.
Segundo a denúncia do promotor de Justiça Paulo Roberto de Melo Alves Filho, o autor dos crimes pode ter alterado a cena do crime ao apagar vestígios que poderiam colocá-lo sob suspeita.
Além disso, de acordo com o promotor, há relatos de que o acusado teria tentado envenenar a esposa em outras ocasiões e de que o relacionamento entre eles era marcado por agressões físicas e psicológicas.
De acordo com a Promotoria de Justiça local, existem indícios sólidos para que o acusado seja julgado e condenado pelos crimes de feminicídio e tentativa de homicídio contra o filho do casal.
“O Ministério Público enfatiza que há indícios suficientes para que Felipe Silva Cirino seja julgado e condenado pelas qualificadoras de contra o réu por homicídio qualificado pelo feminicídio, motivo torpe, além de emprego de veneno e dissimulação. Para o Ministério Público não restam dúvidas quanto à prova da materialidade e há indícios suficientes da autoria”, ressalta o promotor no documento.
O MPAL destacou que o acusado cometeu o crime de maneira premeditada.
Na decisão, denúncia também solicita novas diligências para verificar se o acusado possui outros processos em andamento e para realizar exames no filho da vítima, a fim de detectar vestígios do envenenamento em seu organismo.