O presidente da Rússia, Vladimir Putin, apoia os esforços do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, para um cessar-fogo de Natal na Ucrânia e uma grande troca de prisioneiros de guerra, disse o Kremlin nesta quinta-feira (12), embora o presidente ucraniano tenha feito críticas.
Orbán fez as propostas em uma ligação para Putin na quarta-feira (11), pontuaram o Kremlin e a Hungria, sem dar mais detalhes.
“O lado russo apoia totalmente os esforços de Orbán visando encontrar um acordo pacífico e resolver questões humanitárias relacionadas à troca de prisioneiros”, ressaltou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) detalhou uma potencial troca de prisioneiros para a embaixada húngara, ainda segundo Peskov.
Logo após a ligação entre os dois líderes, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, criticou o húngaro por minar a unidade ocidental e pareceu zombar dos esforços de paz da Hungria.
Orban afirmou que é triste que Zelensky rejeite claramente as propostas.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, autointitulado mestre em intermediar acordos e autor do livro de 1987 “Trump: a arte do acordo”, prometeu acabar rapidamente com o conflito, mas não deu detalhes sobre como poderia conseguir isso.
Em 14 de junho, Putin estabeleceu termos iniciais para um fim imediato à guerra: a Ucrânia deve abandonar a ambição de se juntar à Otan, a aliança militar ocidental, e retirar as tropas de quatro regiões ucranianas reivindicadas e controladas principalmente pela Rússia.
“A Rússia nunca recusou as negociações de paz e declarou repetidamente sua prontidão para retomá-las com base nos Acordos de Istambul de 2022”, pontuou Peskov.
Kiev insistiu que também precisa de garantias de segurança, citando a filiação à Otan, o que impediria a Rússia de usar um cessar-fogo para preparar outra invasão.
A Rússia disse que nunca aceitaria a Ucrânia se juntando ao bloco militar ou a implantação de tropas da Otan em território ucraniano.
Entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin.
Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.
As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.