A Polícia Federal realiza uma operação contra policiais civis suspeitos de cobrar propina de influenciadores em São Paulo, na manhã desta quinta-feira (12).
A investigação aponta que policiais civis de SP teriam solicitado valores a produtores, empresários e cantores para não avançarem em inquéritos de contravenção penal por exploração de jogos de azar.
A PF aponta que esses jogos seriam “rifas” promovidas e divulgadas por artistas e influenciadores em suas redes sociais. A CNN apurou que um dos alvos da operação é o funkeiro MC Paiva.
A realização de sorteios que caracterizem “rifa” não são autorizados pelo Ministério da Fazenda, o que configura “jogo ilegal”.
Os agentes cumprem um mandado de prisão preventiva e seis de busca e apreensão durante a Operação Latus Actio II. Um policial civil é alvo do mandado de prisão.
Segundo a polícia, os artistas que promoveram as rifas ilegais temiam que as investigações conduzidas pelos policiais suspeitos resultassem em ordens judiciais, que determinariam no bloqueio de seus perfis nas redes, principalmente no Instagram.
Por isso, os influenciadores teriam concordado a pagar propina aos agentes para evitar prejuízos econômicos e de imagem.
A ação desta quinta é realizada pela Força Tarefa de Combate ao Crime Organizado (Ficco-SP) em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo.
As ordens judiciais são cumpridas em Mauá, São Caetano do Sul, Mogi das Cruzes, São José dos Campos e na capital paulista.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo, que é responsável pela Polícia Civil, afirma que a Corregedoria da corporação acompanhou a operação desta quinta. Leia abaixo:
“A Corregedoria da Polícia Civil acompanha uma operação desencadeada pela Força Tarefa de Combate ao Crime Organizado – FICCO/SP, em conjunto com o GAECO/SP, na manhã desta quinta-feira (12), no Estado de São Paulo. Detalhes devem ser direcionados aos órgãos competentes. A Polícia Civil colabora com as investigações”.
Operação Latus Actio
A primeira fase da Operação Latus Actio foi deflagrada em março de 2024, quando a Polícia Federal apreendeu imóveis e veículos avaliados em mais de R$ 60 milhões em São Paulo.
Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão nas cidades do Guarujá, Itu e Indaiatuba e na capital paulista. O objetivo era reprimir crimes contra a ordem tributária e de lavagem de dinheiro, praticados por indivíduos ligados a empresas dos setores de entretenimento e de autopeças de SP.
A investigação policial, iniciada em 2022, identificou diversas transações com terceiros “laranjas” e empresas fictícias ou de “fachada”, parte delas ligada a indivíduos com extensa ficha criminal por delitos como tráfico de drogas, crimes contra o patrimônio e organização criminosa.
O objetivo das transações era movimentar e ocultar recursos de origem ilícita e não declarados à Receita Federal.
Ao todo, foram apreendidos 47 veículos de luxo, quatro motos aquáticas, 20 relógios de luxo avaliados em mais de meio milhão de reais e R$ 642.342,00 em espécie.