A Polícia Civil do Rio de Janeiro faz uma operação contra um grupo que se passava pelo técnico da Seleção Brasileira Dorival Júnior para dar golpes em jogadores de futebol, na manhã desta quinta-feira (12).
Os agentes cumprem 3 mandados de busca e apreensão em Itaperuna, no Norte do estado fluminense, durante a Operação Mascarado. A polícia investiga uma organização criminosa que praticava estelionatos eletrônicos contra pessoas ligadas ao futebol.
A investigação aponta que os criminosos se passavam por pessoas famosas do futebol para pedir doações a jogadores e treinadores. A quadrilha atua desde 2022 e já utilizou as imagens do técnico Dorival Júnior e de Elias Mendes Trindades, ex-jogador de Flamengo e Corinthians, para aplicar os golpes.
O líder da quadrilha foi identificado pela polícia como Lucas de Oliveira Eduardo, que teria aplicado o golpe com dezenas de personalidades. Ele já foi investigado pelo mesmo crime e continua realizando os estelionatos a partir de Itaperuna, cidade onde mora.
Na operação de hoje, Lucas foi preso em flagrante pelo crime de fraude eletrônica. Ele havia aplicado um golpe na noite desta quarta-feira (11).
Em 2024, dois jogadores de futebol foram enganados após receber mensagens no WhatsApp de um perfil que utilizava a foto de Dorival.
Os golpistas chegaram a enviar um áudio com a voz do treinador da Seleção para ganhar a confiança das vítimas e, em seguida, pedirem doações para ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
A CNN apurou que os jogadores Oscar, do Shanghai Port, e William Gomes, do São Paulo, fizeram doações e foram prejudicados pelo golpe.
Ricardo Monteiro, advogado de Dorival Júnior e membro da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB-RJ, afirmou que o treinador foi avisado do golpe por jogadores e comunicou o crime à polícia. “Os golpes estão sofisticados, é preciso tomar todos os cuidados possíveis”, afirmou Ricardo.
Na ocasião em que se passaram por Elias, os suspeitos também utilizaram uma imagem do ex-atleta em um perfil falso do WhatsApp para solicitarem doações para salvar uma criança com uma doença rara. Os pedidos foram feitos a jogadores, ex-jogadores e técnicos.
Após a doação, os criminosos ainda pediam que a vítima gravasse um vídeo incentivando outros a doarem, que era utilizado para dar maior credibilidade ao pedido para os próximos alvos, facilitando o golpe.
A CNN apurou que Elias tomou conhecimento das tentativas de golpe com a sua imagem em 2022. Na época, o atleta registrou um boletim de ocorrência em uma delegacia em São Paulo e, enquanto prestava depoimento, foi comunicado que Casemiro, jogador da Seleção Brasileira, foi contatado por um dos golpistas, mas não fez doações.
A operação desta quinta busca apreender materiais do líder da organização criminosa e de outros investigados, com o objetivo de esclarecer os detalhes do esquema.
Participam da ação policiais do Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC), Departamento-Geral de Polícia do Interior (DGPI), da 19ª DP (Tijuca) e da 143ª DP (Itaperuna).
Com o cumprimento das ordens de busca e apreensão, expedidas pela 2ª Vara da Comarca de Itaperuna, os policiais tiveram acesso a dispositivos eletrônicos que serão analisados para a completa elucidação do caso.
O pai do ex-jogador Elias, Eliseu Trindade, conversou com à CNN e disse que a família não tinha conhecimento da operação desta quinta-feira.