O cinegrafista Paúl León, que foi detido durante a cobertura das protestos pós-eleitorais na Venezuela, foi solto, informaram nesta terça-feira (24) o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa da Venezuela (SNTP) e a VPITV, o meio de comunicação em que ele trabalha.
O caso de León foi divulgado após o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, ter afirmado na segunda-feira (23) que 956 pessoas com processos relacionados às manifestações pós-eleições tiveram suas liberdades provisórias aprovadas desde que, em novembro, o presidente Nicolás Maduro pediu à procuradoria “revisar e retificar caso tenha ocorrido algum erro processual” nas detenções feitas após 28 de julho.
No dia 3 de agosto, logo após o anúncio de sua vitória, Maduro afirmou que cerca de duas mil pessoas haviam sido detidas por esses protestos.
O número da procuradoria contrasta com o registrado pela organização de direitos humanos Foro Penal, que tem monitorado a situação e, até o fim de semana, havia contabilizado 155 libertações.
A CNN consultou a ONG para obter a atualização do total de liberações até esta segunda-feira e também entrou em contato com o Ministério Público venezuelano para comentar sobre a diferença nos números, aguardando uma resposta.
A CNN também se comunicou com a procuradoria para obter comentários e mais informações sobre a libertação de León, mas até agora não obteve resposta.
León foi acusado de atos de terrorismo, assim como outros jornalistas detidos no contexto das manifestações pós-eleitorais, de acordo com o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa.
O cinegrafista foi detido enquanto cobria uma manifestação no estado de Trujillo e foi apresentado à justiça no dia 6 de agosto.
O SNTP detalhou, por meio de uma publicação no X, que ele estava preso no Internado Judicial de Carabobo (Tocuyito), para onde foi transferido 20 dias após sua detenção.