Três ex-presidentes do Panamá assinaram na segunda-feira (23) uma declaração conjunta com o atual presidente, José Raúl Mulino, na qual reafirmam o controle do país sobre o Canal do Panamá, após o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar retomar a via aquática para os EUA.
“Como ex-presidentes, apoiamos as declarações do presidente José Raúl Mulino e nos unimos na afirmação de que a soberania de nosso país e nosso canal não são negociáveis”, diz parte da declaração assinada por Mulino e pelos ex-presidentes Ernesto Pérez Balladares, Martín Torrijos e Mireya Moscoso.
“Os panamenhos podem ter opiniões diferentes em muitos aspectos, mas quando se trata de nosso canal e nossa soberania, todos nos unimos sob uma única bandeira”, menciona a declaração.
A declaração também destacou o impacto da via aquática no Panamá e no mundo.
“Nosso canal tem a missão de servir à humanidade e ao comércio. Esse é um dos grandes valores que os panamenhos oferecem ao mundo, garantindo à comunidade internacional que não tomaremos partido nem seremos parte ativa de nenhum conflito.”
Os mandatários se reuniram na segunda-feira em uma demonstração de unidade para rejeitar a ameaça de Trump de retomar o Canal do Panamá, o que gerou frustração entre os panamenhos e protestos internacionais.
Ao escrever nas redes sociais e fazer comentários aos seus seguidores no final de semana passado, Trump sugeriu que os Estados Unidos deveriam retomar o Canal do Panamá.
O presidente americano eleito acusou o Panamá de cobrar dos Estados Unidos “taxas exorbitantes” pelo uso do canal e insinuou no sábado (21) a crescente influência chinesa sobre a importante via aquática, dizendo em sua plataforma de redes sociais Truth Social: “As taxas que o Panamá está cobrando são ridículas, especialmente considerando a extraordinária generosidade que os EUA concederam ao Panamá”.