Após a tomada de cidades estratégicas, culminando na chegada à capital Damasco, grupos rebeldes derrubaram o regime do presidente sírio Bashar al-Assad, neste domingo (8).
O líder chegou com a família em Moscou, capital da Rússia, ainda neste domingo, após receberem asilo humanitário do país, afirmou a mídia estatal russa TASS, citando uma fonte no Kremlin.
Assad não deu declarações oficiais até o momento.
Mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores russo, país aliado do regime de Assad, havia informado que o governante deixou a Síria.
Assad “decidiu deixar o posto presidencial e saiu do país, dando instruções para transferir o poder pacificamente”, afirmou a declaração, acrescentando que “a Rússia não participou das negociações de saída”.
Antes do comunicado dos russos ser emitido, uma fonte próxima aos rebeldes disse à CNN que o presidente deposto havia deixado Damasco sob proteção russa, e uma fonte separada contou que ele viajou para Latakia, no noroeste da Síria, onde a Rússia tem uma base aérea.
O Kremlin completou dizendo que “a Federação Russa está em contato com todos os grupos da oposição síria”.
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, também falou neste domingo (8) que Bashar al-Assad estava “provavelmente fora da Síria”.
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Uma pessoa ergue a bandeira da oposição Síria depois que rebeldes anunciaram que depuseram o presidente Bashar al-Assad, Líbano, em 8 de dezembro de 2024. • Reuters
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Sírios se reúnem nas ruas de Aleppo para celebrar derrubada do regime de Bashar al-Assad • REUTERS
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Civil faz sinal de “V” de vitória enquanto segura uma arma em Damasco • REUTERS
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Moradores de Aleppo seguram a bandeira da oposição Síria durante comemoração da derrubada de Assad • REUTERS
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Civis ateiam fogo em fotos em Homs, oeste da Síria • REUTERS
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Centenas de sírios se reuniram e comemoram em Aleppo após queda do presidente da Síria • REUTERS
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Mulheres comemoram queda do regime de Assad em Homs • REUTERS
Há informações conflitantes sobre o paradeiro de Assad — uma agência do leste europeu também acredita que ele esteja em Latakia.
O líder sírio não foi visto ou ouvido publicamente desde que os rebeldes entraram na capital nesta manhã.
A família de Assad estava no poder há mais de um século, Bashar foi eleito em 2000, completando 24 anos de seu governo este ano.
Entenda o conflito na Síria
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, segundo a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.
Saiba quem é o líder rebelde sírio e o grupo que derrubou Bashar al-Assad
Quem é a família de Bashar al-Assad, que governou a Síria por mais de meio século