O Ministério das Relações Exteriores do Talibã parabenizou neste domingo (8) o povo sírio e as forças rebeldes, em particular Hayat Tahrir Al-Sham, que liderou a ofensiva rebelde, após a queda do regime do presidente Bashar al-Assad.
O Afeganistão “parabeniza a liderança do movimento e o povo da Síria pelos desenvolvimentos recentes, que resultaram na remoção de fatores-chave que contribuem para o conflito e a instabilidade”, disse o Ministério das Relações Exteriores do Talibã.
“Expressamos a esperança de que o processo de transição de poder seja realizado de forma alinhada com as aspirações do povo sírio, abrindo caminho para estabelecer um governo islâmico independente e orientado para o serviço, que priorize a reconciliação nacional, evite divisões e retribuição e adote uma política de anistia geral para promover a unidade entre todos os sírios”, complementou o comunicado.
Entenda o conflito na Síria
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais – da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia – se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, segundo a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.