A Justiça do Rio Grande do Sul advertiu o influenciador e humorista Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, após ele aparecer em um post na rede social de sua então advogada, Tatiana Borsa, momentos após deixar a prisão em liberdade provisória, no último dia 27 de novembro.
Nego Di, que responde por estelionato, foi solto após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) conceder um habeas corpus.
A juíza Patrícia Pereira Krebs Tonet, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Canoas, atendeu a um pedido do Ministério Público gaúcho, e pontuou que “cabe a ele zelar pelo efetivo cumprimento das condições impostas na decisão judicial que deferiu, liminarmente, a sua liberdade provisória”.
Entre as medidas cautelares estão:
- Comparecimento periódico em juízo para justificar suas atividades;
- Proibição de mudar de endereço sem autorização judicial;
- Proibição de se ausentar da comarca sem prévia comunicação ao
juízo; - Proibição de frequentar/usar redes sociais;
- Recolhimento do passaporte
Na mesma decisão, a magistrada indeferiu o pedido de liberdade provisória de Anderson Bonetti, sócio de Nego Di e corréu no processo, e afirmou que a situação do corréu diverge da de Dilson, destacando a manifestação do Ministério Público que apontou que no caso de Anderson há um risco concreto de reiteração delitiva, caso permaneça em liberdade, citando outros processos nos quais ele é réu.
O momento em que Nego Di sai pelo portão da Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan) foi registrado em vídeos que viralizaram nas redes sociais.
Na saída, ao ser questionado se tinha algo a dizer, respondeu: “Deus é o maior”.
Em outubro, a Justiça do Rio Grande do Sul havia negado, pela terceira vez, o pedido de liberdade do humorista.
Nego Di estava preso desde julho deste ano, investigado por estelionato. Ele é acusado de enganar mais de 300 pessoas que compraram produtos pela loja virtual “Tadizuera”, administrada por ele.
Segundo a polícia, as vítimas tiveram prejuízo estimado em mais de R$ 5 milhões.
Após a soltura, as advogadas de Nego Di publicaram uma foto nas redes sociais onde aparecem comemorando com Nego Di, onde brindam segurando taças. Minutos após a postagem, a foto foi apagada.
Relembre o esquema
Nas redes, Nego Di dizia ter sido contratado por Anderson Bonetti para apenas divulgar os produtos, mas em outro vídeo dizia ser o dono e garantia a entrega do produto aos clientes.
Uma das vítimas do golpe, que teve um prejuízo de R$ 30 mil, ao comprar dois celulares e alguns ar-condicionado, contou à CNN sobre o modus operandi de Nego Di.
Segundo ela, o suspeito vendeu, em 2022, aparelhos celulares com valores bem abaixo do mercado e fez a entrega, para dar veracidade ao golpe.
Logo após, ele anunciou que criaria uma loja virtual, vendendo produtos em preço baixo para que todos pudessem ter acesso.
*Sob supervisão