O soldado Luan Felipe Alves Pereira, apontado como o militar que arremessou um jovem de uma ponte na Cidade Ademar, Zona Sul de São Paulo, na última segunda-feira (2), esteve envolvido em outro episódio controverso sobre a morte de um suspeito com 12 tiros após uma perseguição em Diadema, na Grande São Paulo.
O caso, que inicialmente tramitou na Justiça Militar, foi encaminhado à Justiça comum, sob suspeita de homicídio doloso, mas acabou arquivado em janeiro deste ano. As informações foram reveladas pelo portal Uol e confirmados pela CNN, com base em documentos judiciais.
A ocorrência em que o militar matou o suspeito é de 26 de março de 2023, quando o soldado Felipe, em patrulhamento no bairro Piraporinha, avistou um homem sem capacete em uma moto preta. Em depoimento, o policial contou o suspeito desobedeceu à ordem de parada e fugiu. Câmeras corporais confirmam a versão.
Após uma perseguição pelas ruas da comunidade, o suspeito, que tinha 21 anos na época, foi localizado já dentro da comunidade. O soldado afirmou que o suspeito tentou disparar contra ele, mas as munições falharam.
Em resposta, Felipe efetuou 12 disparos, atingindo o homem, que chegou a ser socorrido, mas morreu no Hospital Municipal de Diadema.
Na ocasião, um revólver calibre .38 foi apreendido e atribuído ao suspeito. Apesar dos indícios de possível homicídio doloso levantados pela Justiça Militar, o caso foi arquivado cerca de um ano depois, sem que o soldado fosse criminalmente responsabilizado.
Afastamento
Na tarde de ontem (3), o soldado Luan Felipe Alves Pereira foi afastado das atividades operacionais. Além dele, outros 12 agentes também seguiram a determinação da Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Os militares foram flagrados jogando o homem de uma ponte, na região de Cidade Ademar, na madrugada desta segunda-feira (2).
A SSP informou que a Polícia Militar repudia veementemente a conduta ilegal adotada pelos agentes públicos. Leia abaixo na íntegra:
“A Polícia Militar repudia veementemente a conduta ilegal adotada pelos agentes públicos no vídeo mostrado. Assim que tomou conhecimento das imagens, a PM instaurou um inquérito policial militar (IPM) para apurar os fatos e responsabilizar os policiais, que foram identificados e afastados. A instituição reitera seu compromisso com a legalidade, sem tolerar qualquer desvio de conduta”.