Os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) concordaram durante uma reunião, na terça-feira (3), que fornecer sistemas de defesa aérea, para proteger a infraestrutura ucraniana contra ataques da Rússia, deve ser uma prioridade.
Os integrantes da aliança se encontraram com o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, quando discutiram a proteção do país, afirmou Mark Rutte, Secretário-Geral da Otan.
“Houve um acordo claro em torno da mesa ontem à noite de que auxiliar a Kiev, particularmente com sua infraestrutura, tem que ser uma prioridade”, declarou Rutte aos repórteres, nesta quarta-feira (4).
“Estou confiante de que os aliados irão acompanhar os próximos dias e semanas para garantir que seja entregue tudo o que puderem fornecer à Ucrânia”, afirmou.
O ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, disse nesta quarta-feira (4), que os membros da Otan terão que fornecer garantias para haver paz na Ucrânia.
“Se quisermos paz no país, teremos que fornecer garantias de segurança. Não há maneira mais barata para isso do que o artigo 5 da aliança”, expressou ele.
“O envolvimento da Rússia pode ser visto em muitas das guerras que ocorrem atualmente ao redor do mundo”, declarou o Ministro das Relações Exteriores britânico, David Lammy, ao chegar a uma reunião da organização nesta quarta-feira, ao pedir aos aliados do tratado que “levem a sério” os gastos com defesa.
Entenda a Guerra entre Rússia e Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin. Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada.
A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.
As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.