A Prefeitura de Salvador iniciou nesta semana a demolição de imóveis em áreas de risco identificadas na comunidade de Saramandaia, em Pernambués, após o deslizamento de terra que resultou na morte de duas pessoas na última semana.
A medida faz parte de uma operação coordenada pela Defesa Civil (Codesal), que visa a recuperação e reconstrução das áreas afetadas pelas fortes chuvas. De acordo com levantamento da Codesal, a cidade conta com 171 áreas de risco para deslizamentos de terra e desabamentos de imóveis.
Veja a relação das áreas de risco na cidade.
As demolições foram planejadas após estudos realizados por técnicos da Secretaria de Infraestrutura e da Superintendência de Obras Públicas, que identificaram a necessidade de intervenções emergenciais para garantir a segurança das famílias. Os moradores das áreas foram previamente notificados e cadastrados pela Secretaria de Promoção Social, que também coordena a distribuição de auxílios emergenciais.
“Essa é uma etapa essencial para prevenir novas tragédias e proteger vidas. Estamos atuando de forma integrada para reconstruir as áreas afetadas e oferecer suporte completo às famílias”, destacou o diretor-geral da Defesa Civil de Salvador, Sosthenes Macêdo.
Entre as intervenções anunciadas pela prefeitura está a construção de contenções de encostas na Rua Amargosa, localizada em Pernambués. Também será iniciada a segunda etapa de obras de drenagem em Pernambués, complementando a primeira fase em andamento na Rua Santo Antônio de Pádua. O objetivo é prevenir novos alagamentos e reforçar a infraestrutura das áreas mais vulneráveis.
Desde 2016, a Prefeitura de Salvador realiza um levantamento de áreas vulneráveis, após deslizamentos ocorridos em 2015 nos bairros de Bom Juá e Barro Branco deixarem 16 mortos. O mapeamento identificou 171 áreas de risco na cidade, incluindo a comunidade de Saramandaia, local onde aconteceu a deslizamento da última semana.
Segundo a Codesal, as fortes chuvas de novembro agravaram a situação, com acumulados históricos em diversas regiões da cidade. Em São Martin, o acumulado de 464,6 mm foi cerca de 4 vezes maior que a média histórica de novembro, que é de 108,2 mm. Em Retiro, o volume chegou a 447,4 mm, enquanto Marechal Rondon registrou 442,8 mm e Saramandaia 420,4 mm.