O Ministério Público do Rio de Janeiro realiza uma operação contra fraudes em contratos com a Fundação Estadual de Saúde, na manhã desta terça-feira (26).
Os agentes cumprem 12 mandados de busca e apreensão contra pessoas e empresas investigadas, entre eles dois delegados da Polícia Civil do Rio de Janeiro. O MPRJ apura os crimes de organização criminosa e fraude em licitação.
A CNN apurou que os delegados investigados são Allan Turnowski, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, e Eduardo Clementino de Souza.
A Fundação Saúde é responsável pela gestão da saúde pública do estado carioca e está vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ). A investigação aponta o direcionamento de contratos públicos em favor das empresas Vidgel Vigilância e Segurança e Vidgel Serviços Terceirizados.
Os contratos foram celebrados em 2021 e 2022 para prestação de serviços no Hospital Heloneida Studart, Hospital Estadual da Mãe e Centro Estadual de Diagnóstico por Imagem (CEDI – Rio Imagem).
Segundo o MPRJ, há a possibilidade de servidores públicos e outros investigados terem se beneficiado indiretamente dos recursos obtidos com o esquema criminoso.
A Operação Vigília é realizada pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI). A ação conta com o apoio da Corregedoria Geral da Polícia Civil.
Os promotores de Justiça identificaram uma suposta triangulação financeira envolvendo as empresas Vidgel, o pai de um delegado e o próprio delegado, indicando a prática de repasse financeiro indireto.
As ordens judiciais são cumpridas nos bairros da Lagoa, Barra da Tijuca, Engenho Novo, Vila Isabel, Tijuca, Jacarepaguá, Ilha do Governador, Icaraí, Centro do Rio, e no município de Silva Jardim.
A CNN apurou que, até o momento, foram apreendidos mais de R$ 66 mil em dois endereços alvos, um na Barra da Tijuca e outro em Copacabana. Veja um vídeo abaixo:
A Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) acompanha as diligências.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde afirma que a Fundação Saúde está a disposição para colaborar com as investigações. Leia abaixo:
“A Fundação Saúde está aguardando os detalhes sobre a operação desencadeada pelo Ministério Público, com apoio da Polícia Civil. A Fundação está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações”.
Leia abaixo a nota da Polícia Civil do RJ:
“A Corregedoria-Geral de Polícia Civil (CGPOL) participa de operação, em apoio ao Ministério Público, contra fraudes em contratos na área da saúde. São cumpridos dois mandados de busca e apreensão contra servidores. A ação está em andamento”.
A CNN entrou em contato com as empresas citadas na investigação e aguarda um posicionamento.