O policial militar que matou o estudante de medicina na zona Sul de São Paulo foi indiciado por homicídio doloso.
A informação foi divulgada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo, na manhã deste sábado (23). Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, morreu nessa quarta-feira (20), após ser baleado pelo PM em um hotel na Vila Mariana, em uma abordagem por dois policiais.
Entenda porque PM que matou estudante responderá por homicídio doloso
O homicídio é caracterizado como doloso quando há a intenção de matar. Os dois PMs envolvidos já foram afastados de suas funções, após prestarem depoimento à Polícia Civil e à Corregedoria da Polícia Militar de SP.
A SSP informou que os dois policiais vão permanecer afastados até a conclusão das investigações, que incluem a análise das imagens captadas pelas câmeras corporais.
A secretaria já havia confirmado o indiciamento dos agentes por homicídio, nessa quinta-feira (21). Porém, a caracterização do crime como doloso só foi confirmada hoje.
Veja a nota na íntegra da SSP.
“Todas as circunstâncias são apuradas pela Polícia Civil e pela Corregedoria da Polícia Militar. Os policiais envolvidos já prestaram depoimento, e o agente responsável pelo disparo foi indiciado por homicídio doloso no Inquérito Policial Militar (IPM). Ambos permanecerão afastados de atividades operacionais até a conclusão das investigações, que incluem a análise das imagens captadas pelas câmeras corporais”.
Entenda o caso
Antes de ser abordado pelos PMs, o jovem deu um tapa numa viatura da Polícia Militar e, em seguida, começou a ser perseguido. Veja o vídeo da ação do estudante aqui.
Segundo o boletim de ocorrência obtido pela CNN, os policiais atenderam uma chamada no local e relataram que Marco Aurélio, conhecido como “Bilau”, estava “bastante alterado, agressivo, e resistiu à abordagem policial, entrando em vias de fato com a equipe.”
Durante o confronto, ainda segundo o documento, Marco Aurélio teria tentado pegar a arma de um dos policiais. O soldado, então, disparou contra o estudante.
A versão contada pelos PMs não condiz com as imagens das câmeras de segurança do hotel, que mostram que o estudante não tentou pegar o revólver do policial.
Marco Aurélio foi socorrido ao Hospital Ipiranga, mas não resistiu aos ferimentos. Segundo o B.O, todos os policiais militares portavam câmeras corporais.
O caso foi registrado como homicídio decorrente de intervenção policial. A pistola usada no disparo, uma Glock calibre.40, foi apreendida, e o local passou por perícia.